Quatro de séculos de história marcam esta carismática casa ribatejana. O tempo veio mostrar a modernização, com substituição de equipamento velho, para fazer face aos seus 50 hectares de vinha e produção aproximada de 300000 garrafas.

Quatro de séculos de história marcam esta carismática casa ribatejana.
O tempo veio mostrar a modernização, com substituição de equipamento velho, para fazer face aos seus 50 hectares de vinha e produção aproximada de 300000 garrafas.

 

Portugal é país mediterrânico e como tal, uma das suas principais culturas é a vinha, sendo a Casa Cadaval um exemplo de como se pode aliar tradição à modernidade. A sua história dilui-se no tempo, tendo como base a família Álvares Pereira de Mello, encerrando quatrocentos anos.

Portugal é país mediterrânico e como tal, uma das suas principais culturas é a vinha, sendo a Casa Cadaval um exemplo de como se pode aliar tradição à modernidade.
A sua história dilui-se no tempo, tendo como base a família Álvares Pereira de Mello, encerrando quatrocentos anos.

 

Todavia, desde 1989 que foi constituída uma sociedade anónima para fazer face aos 5411 hectares de propriedade. Principalmente investimentos de restruturação da produção em regadio com replantação de vinhedos, introdução de tecnologias de ponta e lançamento de novas marcas.

Todavia, desde 1989 que foi constituída uma sociedade anónima para fazer face aos 5411 hectares de propriedade.
Principalmente investimentos de restruturação da produção em regadio com replantação de vinhedos, introdução de tecnologias de ponta e lançamento de novas marcas.

 

Em 1992 ficou marcada a estratégia da empresa, com o engarrafamento dessa colheita, com rigorosos controlos desde a matéria-prima, culminando no produto final, resultando vinhos de excelência, mesmo os de mais baixa gama.

Em 1992 ficou marcada a estratégia da empresa, com o engarrafamento dessa colheita, com rigorosos controlos desde a matéria-prima, culminando no produto final, resultando vinhos de excelência, mesmo os de mais baixa gama.

Os principais artífices são o Eng. David Ferreira e a Dra. Teresa Schönborn, uma mulher d’armas!

 

Os solos arenosos permitem melhor exposição e arejamento da vinha, resultando em maturações mais conseguidas.

A rega gota-a-gota, tão notória aos olhos de quem passa ao longo da EN118, é computorizada, controlando os níveis de stress hídrico das videiras, sendo a vindima ainda assim feita de forma manual.

A colheita começa com uma casta que pode-se dizer, quase fermenta dentro do bago de uva.

 

Falamos da “exótica” Pinot Noir, colhida em meados de Agosto. Recorrendo a mão-de-obra local, as vindimas terminam no início de Novembro. As caixas de transporte são standardizadas de 15kg, e o tempo do transporte até à transformação é diminuto, evitando o calor.

 

A adega dispõe de 18 cubas de inox, duas cubas troncocónicas, uma prensa pneumática e três lagares de maceração pelicular, atingindo 320000 litros de capacidade de vinificação. A sua linha de enchimento tem uma capacidade de enchimento de 1800 garrafas/hora.

 

Actualmente, a Casa Cadaval tem plantados cerca de 48,15 hectares de vinha, divididos em três parcelas, ocupadas com as castas brancas autóctones Alvarinho (2%), Arinto (2%) e Verdelho (2%), e estrangeiras Riesling (2%) e Viognier (2%). Tem também as castas tintas autóctones Aragonês (8%), Tinta Caiada (13%), Touriga Nacional (16%) e Trincadeira (31%), e estrangeiras Alicante Bouschet (3%), Cabernet Sauvignon (8%), Merlot (8%) e Pinot Noir (3%).

Cabernet Sauvignon

Pinot Noir

Após a vinificação, os vinhos brancos passam por um estágio em garrafa de três meses.

 

Os vinhos tintos vão passar por um estágio em barricas de carvalho francês que vai variar entre os seis e os 12 meses, seguido de um estágio de seis meses em garrafa.

A capacidade total de armazenamento em barricas é de 27.675 litros, dividida em 123 barricas de 225 litros de carvalho francês. Existe capacidade para armazenar, à medida das necessidades, todas as garrafas de vinho que necessitam de estágio.

A Casa Cadaval dispõe de um moderno laboratório, dotado de sofisticado equipamento, que permite controlar a qualidade, de forma absolutamente rigorosa, em todo o processo de vinificação, estágio, engarrafamento e posterior acompanhamento dos vinhos.

 

 

LUGAR À HISTÓRIA

 

Há cinco gerações que apenas mulheres Cadaval dirigem os destinos desta herdade: a de Muge, uma das maiores do Ribatejo. Hoje, a grande timoneira é uma marquesa e condessa: chama-se Teresa Schönborn-Wiesentheid e ainda tem ligações à família que possui o império Hermès. A Herdade de Muge, também conhecida como Casa Cadaval. Tem cinco mil hectares, 800 cabeças de gado, uma coudelaria com 70 cavalos puro-sangue lusitano, vinha a perder de vista, vastos campos cultivados e uma zona dedicada à exploração turística.

No centro da propriedade - da família Cadaval há quase 400 anos - fica uma casa secular, palco de histórias fantásticas, onde Teresa Schönborn passou férias em pequena e onde vive desde 1982.

No centro da propriedade – da família Cadaval há quase 400 anos – fica uma casa secular, palco de histórias fantásticas, onde Teresa Schönborn passou férias em pequena e onde vive desde 1982.

 

A ligação dos Cadaval à herdade de Muge é tão antiga quanto o próprio ducado. No início do século XVII, a propriedade estava nas mãos dos condes de Odemira, mas quando Maria de Faro (filha dos condes) se casou com D. Nuno Álvares Pereira de Melo, 1.º duque de Cadaval (título conferido em 1648), a herdade passou a estar sob o domínio da Casa Cadaval, tendo nas últimas cinco gerações sido dirigida apenas por mulheres. Hoje, é Teresa Schönborn, marquesa de Cadaval, que assume os seus destinos.

Filha de Graziela Álvares Pereira de Melo, filha de Olga de Cadaval, e do conde alemão Schönborn-Wiesentheid, Teresa Schönborn nasceu e cresceu na Alemanha rural mas fala português escorreito sem vislumbre de sotaque. Em casa sempre conviveu com três línguas em simultâneo: o português, língua materna, o alemão, língua paterna, e o italiano, por via de ambas as avós.

“A mãe e o pai falavam italiano entre eles porque era a língua tanto da minha avó materna como da minha avó paterna. Depois, nós falávamos com a mãe em português e com o pai em alemão. A nós, não fazia confusão nenhuma, mas para quem via de fora devia ser muito estranho”, conta, a rir.

Os contactos e as visitas a Portugal eram regulares: ” Todos os anos, passávamos umas seis semanas de férias em Muge. A minha mãe, que dirigia a propriedade, vinha sempre 15 dias antes e ficava mais 15 dias além das nossas férias”, lembra.

Proprietário de vastas vinhas na Alemanha, o conde Karl von Schönborn, marido de Graziela Álvares Pereira de Melo, tinha uma larga experiência na produção vinícola, conhecimentos que aplicou na propriedade ribatejana.

O conde sugeriu à sua mulher a plantação das castas cabernet sauvignon, pinot noir e trincadeira em parcelas separadas e devidamente identificadas. Na altura, foi pioneiro, hoje, trata-se de uma prática comum. A Casa Cadaval acabou por ser uma das grandes responsáveis pela sobrevivência da trincadeira, casta nobre tinta do Ribatejo.

Anos mais tarde, a revolução abateu-se sobre a propriedade ribatejana. A pressão da reforma agrária que se fazia sentir em força no Alentejo teve as suas consequências na herdade de Muge, que esteve em vias de ser tomada e escapar ao domínio de quase 400 anos dos Cadaval.

“Foram os empregados da propriedade que a defenderam de ser ocupada”, garante a marquesa. A difícil situação política obrigou a família a mudar-se definitivamente para Portugal no início dos anos 80 e em 1998, após a morte da sua mãe, Teresa Schönborn assumiu os comandos da propriedade com empenhamento e muita paixão. Como nunca se casou, Teresa Schönborn costuma dizer a brincar: “Eu casei-me com Muge.”

Pelo seu empenho, em 2008, recebeu o mais importante prémio para uma produtora de vinho – o prémio Mulher do Vinho 2008, na terceira edição dos Prémios Internacionais EVA, o único prémio gastronómico feminino internacional. Hoje, Teresa Schönborn tem uma visão de futuro baseada na continuidade do marco deixado pelos seus antepassados.»

A abertura da Loja do Vinho, um espaço moderno e luminoso, equipado com uma Sala de Provas, veio proporcionar a esta Casa secular as condições ideais para o Enoturismo, razão pela qual está associada à Rota da Vinha e do Vinho do Ribatejo.

Estas Rotas do Vinho contribuem para a preservação da autenticidade de cada região, através da divulgação das mesmas, contribuindo para o combate da desertificação e diminuindo os constrangimentos de algumas zonas rurais.

Dá gosto ver o empenho e dedicação espelhadas nesta loja, que mostra logo o gosto de quem gosta de receber.

Deixo os meus agradecimentos ao Engº David Ferreira a visita proporcionada em Maio do ano passado e a disponibilidade demonstrada em mostrar o porquê da qualidade destes vinhos. Para mim do melhor do que o Ribatejo consegue fazer.

Fontes: Diário de Notícias e Caminhos do Ribatejo