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Uma das grandes injustiças que se cometem no nosso país vinícola é o esquecimento de algumas regiões que até produzem vinhos de extraordinária qualidade. No caso da Beira Interior, é difícil para a região sobressair mais um pouco dentro da bipolaridade que é considerar-se Douro e Alentejo na hora de escolher um vinho, e esquecer outras regiões.

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Nada mais errado. Nos últimos anos além da duplicação do número de produtores nesta região, também aumentaram quer o reconhecimento internacional, quer a procura. E tudo muito por força da divulgação por parte de páginas, como o Clube de Vinhos Portugueses e outras de verdadeiros enófilos e que de certa forma defendemos uma causa, que é o vinho, provando-o, harmonizando-o e classificando-o sem olhar a rótulos. No caso desta página, o leitor poderá verificar que sempre tive o cuidado além da rotatividade das regiões, de provar e classificar vinhos de forma imparcial e até em contra-corrente muitas vezes.

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Uma das belezas que tenho realçado até muitas em conversas com os diversos intervenientes, é o facto de Portugal constituir um mosaico de tendências, sabores, paisagens, gentes, hábitos, e quase tudo! Andamos num raio de 5km e encontramos um processo diferente, um sabor diferente, longe da aborrecida uniformidade que se vê em muitos países, e é precisamente com esta diversidade que temos e devemos conviver porque nos permite precisamente a vantagem de variar e diversificar o que provamos.

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Ano de criação do DOC ( Denominação de Origem Controlada): 02 de Novembro de 1999.

Sub-regiões: Castelo Rodrigo, Cova da Beira e Pinhel,

Área total de vinha: cerca de 16000 hectares.

mapas

 

Castas Brancas mais utilizadas:  Síria, Fonte Cal, Malvasia e Arinto

Castas Tintas mais utilizadas: Rufete, Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz.

Dados Geoclimáticos

 

 

-Montanha: rodeada pelas serras da Estrela, Marofa e Malcata e pela altitude com variações entre os 400 e os 700 metros;

Solos: De origem granítica na sua maioria, sendo os restantes essencialmente de origem xistosa;

Clima: Muito agreste, com temperaturas negativas no Inverno e Verões muito quentes e secos.

Características dos vinhos

 

– Vinhos brancos de grande exuberância aromática e muita frescura;

Vinhos tintos vinhos com aromas complexos a frutos silvestres e especiarias, aliados a uma frescura marcante.

Esta região produz vinhos brancos, tintos, rosados e palhetes, bem como espumantes naturais de qualidade, contribuindo para tal a grande variedade de castas que têm permitido a descoberta constante de novos aromas e sabores.
Nos últimos anos, tem-se dado nesta região uma grande evolução relativa ao aumento do número de produtores e à qualidade dos seus vinhos. A Beira Interior quer afirmar-se como uma região de excelência e qualidade na produção de vinhos e ocupar o seu legítimo lugar juntamente com as grandes regiões vitivinícolas portuguesas.

“ As exportações de vinhos da Beira Interior representam 21,7% do total das vendas de vinhos DOC e VRB da região. Os maiores destaques nos mercados fora da União Europeia vão para EUA, Angola, Brasil, China e Canadá e, nos mercados da EU, para Reino Unido, França, Alemanha e Luxemburgo.
O crescimento das exportações de 2009 para 2010 foi de 19,9%, ultrapassando as 500 000 garrafas de vinho exportado. Em relação ao número de garrafas vendidas durante 2010, relativamente aos vinhos DOC Beira Interior, regista-se um crescimento de 41,6% quando comparado com o ano transacto; o que mostra o crescimento que a região está a ter, fruto da qualidade cada vez maior, dos vinhos aqui produzidos.
Esta subida deve-se ao facto de haver na Beira Interior mais massa crítica e haver por parte dos operadores da região uma aposta clara na internacionalização dos seus vinhos. A região exporta vinhos para mais de 25 países e, apesar dos indicadores económicos não serem os melhores para 2011, a expectativa é que se consolide este crescimento global em número de garrafas de vinho DOC Beira Interior introduzidas no mercado e que a exportação continue a ser uma alavanca para o crescimento da região.
A aposta por parte da CVR da Beira Interior nos mercados terceiros, continuará a centrar-se nos EUA, Canadá, Brasil e Angola durante 2011” ( Dados: CVR Beira Interior)

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aldeias

 

Castelo Mendo

A cerca de 15 km da fronteira de Vilar Formoso, Castelo Mendo situa-se no topo de um afloramento granítico e é rodeado, a leste e sul, pelo rio Côa. D. Sancho I encontrou a povoação arruinada e despovoada, fruto das lutas entre cristãos e mouros. Mandou reedificar o castelo, mais tarde reforçado por ordem de D. Dinis. Terá sido este rei quem nomeou alcaide da praça o fidalgo Mendo, donde o nome actual do aglomerado.

Castelo Mendo

Castelo Mendo

A aldeia está integralmente cercada por uma muralha, fazendo-se a entrada principal por uma porta virada a norte, flanqueada por duas torres. De cada lado da porta, dois «berrões», estátuas da Idade do Ferro, semelhantes à famosa Porca de Murça. Apresentavam-se com as cabeças cortadas, porque – dizem os locais – assustavam o gado que passava pela arcada.

Entrando na aldeia encontra-se, à esquerda, a Igreja de S. Vicente. Um pouco à frente, mas do lado contrário, a Igreja de S. Pedro. Continuando a subir-se na direcção do último reduto do castelo, surge o largo onde se situam a fonte e o pelourinho. Ao lado, o Tribunal, edifício da época filipina que funcionou também como Câmara e prisão, em cuja parede se encontra aplicada a cabeça dita do Mendo. Numa casa vizinha, escultura semelhante representa a mulher do alcaide, a Menda. Rumo ao último reduto do castelo, encontra as ruínas da igreja românica de Santa Maria do Castelo.

Castelo Novo

Situa-se sensivelmente a meio caminho entre Castelo Branco e o Fundão, na encosta oriental da serra da Gardunha (650m). É uma localidade bem conservada do ponto de vista da arquitectura e cuja estrutura urbana se pode facilmente apreciar subindo ao ponto mais alto, o terreiro, onde se situam a Igreja Matriz e a torre de menagem do antigo castelo, transformada em torre sineira.

Castelo Novo

Castelo Novo

O traçado da aldeia é concêntrico, com sucessivas ruas traçadas segundo as curvas de nível, ligadas por escadinhas ou calçadas em granito. Antigos solares ombreiam com casas populares em pedra com varandas em madeira. É esta harmonia que faz o encanto de Castelo Novo. Aqui, parta à descoberta da Igreja Matriz , a Casa da Câmara (séc. XV) em cuja frontaria existe um chafariz de três bicas com as armas de D. João V, o pelourinho manuelino, a Igreja da Misericórdia (séc. XVII), o Solar dos Gamboas, a Casa dos Viscondes de Trancoso, a Casa Correia Sampaio e o Chafariz da Bica (séc. XVIII), também com as armas de D. João V.

Já à saída da aldeia, encontra-se numa pequena elevação o Cabeço da forca, local onde eram executados os condenados e onde ainda são visíveis os entalhes dos barrotes e caveiras esculpidas no chão rochoso. Já fora da aldeia, a Capela de S. Brás, ostentando vários símbolos templários.

À serra da Gardunha e a Castelo Novo estão associados mitos e lendas, ou não tivesse esta terra sido domínio da Ordem dos Templários. Esta zona terá sido habitada desde a Idade da Pedra, tendo sido encontrados vestígios referentes às Idades do Bronze e do Ferro, bem como sinais da presença romana.

Castelo Rodrigo

Castelo Rodrigo conserva ainda o plano medieval de praça circular com cintura de muralhas, as quais teriam sido, inicialmente construídas pelos romanos, quando ali teriam edificado um grande forte.

Castelo Rodrigo

Castelo Rodrigo

O nome Castelo Rodrigo provém do conde Rodrigo Gonçalves Girão que repovoou esta região ainda antes da nacionalidade e passou a fazer parte do território nacional a partir do Tratado de Alcanizes , desempenhando um papel preponderante de defesa do território.

Com a inclusão do território de Riba – Côa na Nação Portuguesa pelo Tratado de Alcanizes, de 12 de Setembro de 1297, cabe a D. Dinis a vez de proceder à restauração dos castelos da região. Mandou reedificar e repovoar a vila de Castelo Rodrigo e erigir um forte Castelo com altaneira torre de menagem de forma quadrangular com seis janelas sacadas e uma poderosa cinta de muralhas apoiadas em torreões semi-circulares, para defesa da povoação. Ao longo dos séculos, diversas vicissitudes militares por que terá passado esta vila condicionaram o seu despovoamento e a sua sistemática ruína.

É um edifício grandioso e imponente que está situado no coração do Castelo. Perto do local da entrada poente encontra-se, ainda hoje e com relativa utilidade, um poço-cisterna construído em cantaria com a profundidade de 13m., onde a água nunca acaba e terá sido outrora um valioso ponto de apoio à resistência e defesa da fortaleza quando cercada.

O acesso ao fundo é feito através de uma escadaria em granito que acusa o desgaste provocado pelos milhares de utentes que os séculos por ali viram passar. Tem duas portas, uma de estilo árabe com arco em forma de ferradura e outra de estilo gótico. Dentro da área das muralhas existe a igreja matriz que terá sido construída por uma confraria de frades hospitaleiros que se estabeleceram em Portugal em 1192. Propunha-se esta congregação ajudar os peregrinos que se dirigiam para Santiago de Compostela ou para Roma.

É de estilo românico primitivo e encontra-se muito alterada pelas reparações que sofreu no século XVIII. Como símbolo de justiça de tempos remotos, existe ainda um pelourinho de estilo manuelino – século XVI – que, por sorte, escapou à destruição que o povo levou a efeito no decurso do século XIX.

Idanha-a-Velha

Esta aldeia beirã foi uma importante cidade romana que foi também sede de bispado ainda no tempo de D. Sancho I. A um olhar mais atento não escapam os vestígios desse passado monumental, materializados numa catedral visigótica e em torres, muralhas e numa ponte, sucessivamente refeitos por romanos, árabes e cristãos.

Idanha-a-Velha

Idanha-a-Velha

Não se encontraram, até ao presente, vestígios arqueológicos que sugiram a ocupação romana. Desta época detectaram-se restos de um fórum, de umas termas e de uma habitação nobre. Com o declínio do império, uma muralha foi construída para proteger área mais restrita, reaproveitando pedras de outras construções.
Suevos e visigodos estabeleceram-se aqui, tendo sido instituída no séc. V a diocese de Egitânia. Dessa época data o baptistério situado junto à porta sul da catedral.

Em 713 os árabes conquistaram a cidade e fizeram dela um importante centro, devendo ser dessa época a porta norte da muralha, bem como os torreões circulares que lhe estão adossados. A reconquista definitiva deu-se no reinado de D. Sancho I que lhe concedeu foral e encorajou o repovoamento. Contudo, um golpe decisivo no futuro de Idanha seria dado pela transferência do episcopado para a Guarda, em 1193, por decreto do Papa Inocêncio III. Doada aos templários por D. Sancho II, em 1244, estes deixaram marca bem visível, como é o caso da torre no extremo sul da aldeia que assenta no podium do fórum romano.

Pode começar-se o percurso da visita junto à Porta Norte. Virando á esquerda, segue-se até um largo com o pelourinho manuelino e uma casa com a cruz da Ordem de Cristo.

Segue-se para a catedral que alberga um importante conjunto de lápides, algumas do séc. I. Na parte inferior das paredes, repare-se nos silhares graníticos do período visigótico. A porta sul foi feita com materiais reaproveitados de edifícios romanos, sendo visíveis restos de uma inscrição dedicada à Deusa Juno. Na fachada poente, o portal manuelino corresponde á última intervenção no templo. Cá fora, uma pequena construção anexa corresponde ao baptistério visigótico. A catedral e as ruínas que a rodeiam estão classificados IIP.

A caminho da sede do concelho, veja-se ainda o santuário da Senhora do Almortão.

Marialva

Situada no topo de um cabeço rochoso, Marialva é a mais fascinante cidadela medieval portuguesa. As origens de Marialva parecem ser anteriores à colonização romana. Quando D. Afonso Henriques subiu ao trono a localidade encontrava-se deserta, após décadas de escaramuças de fronteira entre cristãos e mouros. O rei concedeu-lhe foral em 1179.

Marialva

Marialva

Percorrendo a cidadela, pode encontrar-se a Torre de Menagem, último reduto defensivo e um vasto largo onde se situam o pelourinho e uma das entradas para a cisterna. Á volta, as ruínas do edifício onde funcionaram a Câmara, o Tribunal e a Cadeia, com um campanário e as armas reais. Lado a lado, dois templos são as únicas edificações ainda intactas: a Igreja de S. Tiago e a Capela do Senhor dos Passos. No interior da Igreja, o púlpito pintado e o altar em talha de madeira tem a curiosidade de as figuras terem sido esculpidas de raiz nos troncos de castanho e não aplicadas posteriormente.

É relativamente simples percorrer todo o perímetro da muralha, o que proporciona ao visitante sucessivos pontos de vista. Para leste, a serra da Marofa, coroada pelas antenas e pelo Cristo-Rei. Olhando para sul, num dia claro poderá avistar-se a serra da Estrela.

Sortelha

É uma verdadeira aldeia de granito: deste material são as casas, as muralhas do castelo e o pavimento das ruas. Situa-se a 12 km da sede do concelho, o Sabugal, e a 38 km da Covilhã.

D. Sancho I mandou aqui erguer um castelo, em 1187, tirando partido, para efeitos de observação e defesa, do alto cabeço que domina os campos em redor (760 metros).

Sortelha

Sortelha

Ao subir do Arrabalde para a vila intramuros pela estrada que substituiu a calçada medieval e, mesmo à entrada da muralha, repare-se, à esquerda, numa curiosa formação geológica constituída por dois penedos que se tocam nos topos, conhecida como Pedra do Beijo.
Repare-se como se organizava a defesa de Sortelha. Primeiro, uma muralha, protegendo o burgo medieval e, no interior desta, à esquerda da porta principal, aproveitando um afloramento granítico, o último reduto com a Torre de Menagem.
Mal se passa a porta na muralha, encontra-se um terreiro, o Largo do Curro.

Seguindo sensivelmente em frente pela Rua da Fonte e irá ter ao Largo do Pelourinho, construção quinhentista dominada pela torre de menagem. Na parede do último reduto do castelo, as armas de D. Manuel I que concedeu novo foral a Sortelha, em 1510.

Por este largo se faz o acesso ao castelo propriamente dito, erguido sobre penedos graníticos. Defendendo a porta, um balcão com mata-cães a que o povo chama Varanda de Pilatos. No interior deste último reduto, a cisterna, a torre de menagem e um outro postigo.
Junto ao lado norte da Igreja Matriz, dedicada a Nossa Senhora das Neves, encontra-se, na Rua das Lages, um conjunto de sepulturas medievais escavadas na rocha. Aparentemente fruto da implantação num terreno desnivelado, a fachada norte do templo está torta.
O perímetro amuralhado possui uma outra porta, virada a poente e por onde se sai para a antiga Igreja da Misericórdia.
Se, à saída da porta poente, olhar para a direita, ver-se-á outro penedo de forma invulgar, conhecido como Cabeça da Velha.
Se seguir-se para a sede do concelho, a vila do Sabugal, poder-se-á visitar o seu interessante castelo medieval.

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rios

Rio Côa

Até 1297,o rio Côa fazia fronteira entre Portugal e Castela. É um dos poucos grandes rios a correr de sul para norte, nascendo próximo do Sabugal e indo desaguar no Douro, junto ao Pocinho. As chamadas terras de Riba Côa só a partir da assinatura do Tratado de Alcanizes passaram para a posse da coroa portuguesa. Foi o caso de Castelo Melhor, Castelo Bom, Castelo Rodrigo, Almeida, etc. A partir daí a defesa dessas praças passou a ser um quebra-cabeças já que deixou de haver um obstáculo natural – o vale do Côa – para deter os invasores.

Rio Côa

Rio Côa

Desta forma, foi nas margens do Côa que se travaram alguns combates decisivos da História de Portugal.

O Côa voltou a encontrar-se com a História nos nossos dias com a descoberta de gravuras rupestres (ao longo de 17 km do vale do Côa) em 1992.

Rio Mondego

O Mondego nasce na serra da Estrela. Depois de passar em Manteigas, vai inflectir para sudoeste e, correndo a poente do Fundão até Orvalho, vai moldar a fértil Cova da Beira. Nasce a meio caminho entre Gouveia e Manteigas, a 1360 m de altitude, começa por correr para norte e só em Lageosa do Mondego inicia a grande curva que o levará para sudoeste na direcção de Coimbra.

Rio Mondego

Rio Mondego

No seu primeiro troço, no Parque Natural da Serra da Estrela, o Mondego proporciona paisagens deslumbrantes e pouco conhecidas. É o caso do Covão da Ponte, 15 km a norte de Manteigas, onde passa à beira de prados verdes. Três quilómetros a jusante, a Capelinha de Nossa Senhora da Asse Dasse, com campos de centeio a ondularem a o vento e o Mondego a correr ao fundo. Perto de Videmonte as encostas que descem para o curso de água são cobertos de bosques de carvalhos, faias e castanheiros.

Rio Zêzere 

Nascendo na serra da Estrela ( Cântaro Magro), a 1900 m de altitude, vai confluir com o Tejo em Constância, a uma cota muito inferior: 100 m.

Tal como sucede com o Mondego, o primeiro troço do Zêzere é o mais interessante (e o menos conhecido) do ponto de vista paisagístico. Nascendo perto do Covão da Ametade, o Zêzere corre até Manteigas (e mesmo para além) ao longo de um vale glaciário de um perfil em U que se terá formado em tempos geológicos recentes: durante as glaciações do Eocénico.

Rio Zêzere

Rio Zêzere

Nesta primeira fase, o rio corre para norte. Em Valhelhas, a norte da Covilhã, faz uma grande curva e toma a orientação definitiva, correndo de nordeste para sudoeste.

Com a massa granítica da Gardunha na margem esquerda, o Zêzere vai passar a poente do Fundão e atravessar a orla da Cova da Beira, banhando Ourondo (Santuário de Nossa Senhora do Carmo) e Silvares. Cerca de 15 km para poente avistam-se – numa encosta de um contraforte da serra da Estrela – as Minas da Panasqueira. A jusante da Ponte de Cambos (Orvalho/Bogas de Baixo) começa a albufeira do Cabril.

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serras

Serra da Estrela

A Serra da Estrela é o único local do território nacional onde se podem praticar desportos de neve. De resto, a neve está longe de ser o único atractivo desta zona. O vasto maciço granítico onde nascem dois grandes rios portugueses, o Mondego e o Zêzere, alberga das mais belas paisagens de Portugal.

Serra da Estrela

Serra da Estrela

Assim, a Capela de Santiago, o local mágico da Capela de Nossa Senhora de Asse Dasse, Linhares da Beira com o seu castelo medieval e as suas casas solarengas, o estradão que sai de Manteigas para sul, ao longo do curso do Zêzere, e que permite percorrer quase todo o vale glaciário em U aberto até ao Covão da Ametade e a queda de água do Poço do Inferno, profundo vale rodeado de floresta.

Serra da Gardunha (a ocidente de Castelo Novo)

A Serra da Gardunha constitui óptimo miradouro, podendo contemplar-se paisagens deslumbrantes, quer a planitude a perder de vista, para sul, quer o vigor e a imponência do relevo, sobretudo da Serra da Estrela, para Norte.

Serra da Gardunha

Serra da Gardunha

Serra da Malcata

Serra da Malcata

A Serra da Malcata possui extensas áreas de matagal mediterrâneo, no qual vive uma fauna variada, com destaque para o lince ibérico.

Serra da Marofa 

A serra da Marofa é a cúpula daquilo a que se poderá apelidar de uma cordilheira, pois que a Serra tem várias componentes que tomam o nome das freguesias ou locais onde elas se encontram.

De qualquer ponto escolhido na sua extensão se desfrutam belíssimas e vastas paisagens atingindo o seu auge, por ser o mais alto, no pico da Marofa. Do cume, a 975 metros ter-se-á uma vista de 360º. Para leste, a Barragem de Santa Maria de Aguiar, já perto da raia. Para nordeste, a aldeia de Castelo Rodrigo com os restos da fortificação a rodear o cabeço, situando-se a sede do concelho (Figueira de Castelo Rodrigo) a 3 km. Para norte adivinha-se o profundo vale do Douro (na região de Barca d´Alva) e para oeste distingue-se a formação geológica da Garganta do Colmeal.

Serra da Marofa

Serra da Marofa

É de referenciar a Capela de Nossa Senhora de Fátima da Marofa, a Via – Sacra, estendida na encosta norte e nas vertentes sul-poente um conjunto de capelinhas evocativas dos Mistérios do Rosário que, dada a sua rusticidade, bem se enquadram no meio ambiental em que se encontram implantadas. Nelas se albergam imagens correspondentes ao Mistério a assinalar e legendas elucidativas.

Não se pode esquecer uma belíssima estátua, em granito, de Cristo – Rei, de braços abertos acolhendo neles todo o concelho e uma cripta onde, nas suas paredes, se encontram embutidas as imagens dos padroeiros das freguesias do Arciprestado. Alguém disse que à beleza campestre se alia a presença de Cristo – Rei que, do cimo do seu magnífico pedestal rochoso, de braços abertos, lança a mão sobre a imensidade da planura e que este monumento, erguido em 1956, justifica, só por si, a visita à Marofa.

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ROTEIRO DE VILAS E ALDEIAS DA BEIRA INTERIOR

Alfaiates – Perto do Sabugal, corre-lhe aos pés a ribeira do mesmo nome. Igreja da Misericórdia e Convento de Sacaparte. Castelo em ruínas.

Algodres – Tem um pelourinho do séc. XVII, o dólmen da Casa da Cerca e a igreja matriz, com imagem da Sª da Piedade.

Almeida – Sitiada em 1385, durante as guerras da Restauração e as Invasões Francesas. Foi a maior das praças – fortes portuguesas, cuja fortificação poligonal, ainda intacta, defendia as terras de Riba-Côa.

Almendra – De provável origem árabe, tem soberba igreja e Solar dos Viscondes do Banho.

Almofala – Situada próximo da Ribeira de Aguiar, a sua torre evoca origens romanas.

Alpedrinha – Encostada à serra da Gardunha, tem orgulho nas suas fontes e solares. Imprescindível percorrê-la a pé.

Alverca da Beira – A sul de Pinhel e apenas a dezoito quilómetros, apresenta um pelourinho do século XVI e velhos solares.

Azêvo – A aldeia do Azêvo remonta ao período muçulmano, como nos indica o topónimo “Azzaibo” em arábe. Com uma espectacular vista sobre o bonito vale do rio Côa a freguesia do Azêvo foi, no século XV, a mais atingida pelo muito conhecido “saque dos marialvas” que opôs a família dos coutinhos às gentes de Pinhel.

Belmonte – Terra de Álvares Cabral e refúgio de judeus perseguidos que aqui se terão fixado no séc. XVIII.

Bemposta – A uma dezena de quilómetros de Penamacor. Perto, a bonita Capela de Nossa Senhora das Silvas. O pelourinho é único na região por possuir gaiola.

Caria – Rica em águas medicinais, bonitos solares e curiosas pontes de acesso à aldeia.

Castelo Bom – Perto de Vilar Formoso, exibe ruínas de um castelo que em tempos terá sido importante. Interessantes solares de traça quinhentista.

Castelo Mendo – A 12 quilómetros de Vilar Formoso, ainda rodeada por muralhas. Logo à entrada, dois berrões em pedra, decepados para não assustarem o gado. Numa parede, a efígie de Mendo, o fundador. A igreja da Misericórdia tem tecto mudéjar na capela-mor. Perca-se nas calçadas que sobem para o ponto mais alto da aldeia.

Castelo Novo – Bonito largo de entrada, com o Solar dos Gamboas, a casa da Câmara e o pelourinho. Porta de entrada na serra da Gardunha, merece um passeio a pé, passando pelo cabeço da Forca, pelas ruínas do castelo e pela fonte minero-medicinal do Alardo.

Castelo Rodrigo – Os torreões, mandados construir por D. Dinis, destacam-se ao longe. Com a reconstrução de diversas casas tradicionais, a vida parece regressar à aldeia.

Coriscada – A alguns quilómetros a norte de Trancoso, apresenta bonitas casas solarengas relativamente conservadas e ruínas de uma ponte romana.

Envendos – Célebre pelos presuntos, possui igreja templária e as termas da Fadagosa.

Escalhão – Imponente igreja medieval, onde sobressaem a talha dourada e as pinturas murais. Do castelo medieval restam ruínas.

Escarigo – A 15 km da fronteira, a igreja possui tecto hispano-árabe, com curiosos efeitos de laçaria.

Folgosinho – Na vertente ocidental da serra da Estrela, perto de Gouveia. Bem conservada e com azulejos nas paredes ditando judiciosas sentenças em verso sobre a pureza das águas e as virtudes das mulheres, como por exemplo no chafariz.

Freixedas – É a aldeia maior do concelho de Pinhel. Tem quatro anexas que são Espedrada, João Durão, Moinhos da Veia e Prados. Parece que o seu nome terá vindo dos muitos freixos existentes nesta região. Pertenceu inicialmente ao antigo concelho de Alverca da Beira até 1853 passando a pertencer ao concelho de Pinhel.

A Igreja Matriz foi construída em 1877 sobre a primitiva que datava do tempo de D. Afonso Henriques. Possui duas grandes cruzes em granito. No seu interior existem cinco altares em madeira policromada. O altar-mor é do período joanino, bem assim como três dos outros altares. A Igreja de Santo Antão foi construída em 1872 e a torre sineira em 1948. Situa-se na parte alta da população perto da estrada nacional. São também interessantes algumas fontes e chafarizes desta povoação, nomeadamente o Chafariz do Tanque Velho, a Fonte Medieval, o Chafariz das Courelas, o Chafariz do Rossio, o Chafariz de S. Martinho e tantos outros.

As Freixedas mostra ainda os seus solares como o Solar do Leitões, o dos Barões de Mogadouro e o do Conde das Antas.

Património: Igreja Matriz, Capela de Sto Antão, Lagares e lagaretas escavados na rocha, Castro dos Prados, Solar dos Barões de Mogadouro

Artesanato: Tapeçarias, Rendas, bordados e Latoaria

Idanha-a-Velha – De histórias antigas falam os menires, a Anta de S. Pedro e o Castro dos Mouros. Ruínas de uma catedral visigótica, restos de calçada romana e vestígios de torre de menagem medieva. Visita obrigatória.

Lapa dos Dinheiros – Entre Seia e Loriga, em plena serra da Estrela. Vá à ponte da Caniça: a emoção e os ruídos do campo fazem o resto.

Linhares – Perto de Gouveia. Castelo bem conservado, casas tradicionais e condições únicas para os amantes do parapente, graças aos quais a aldeia está a reviver.

Longroiva – Bonito castelo, a vigiar lá no alto e suportando a pequena igreja matriz.

Louriçal do Campo – Na vertente ocidental da Gardunha. Perto, o Colégio de S. Fiel, de fundação jesuíta. Curiosa Festa de S. Sebastião, em Janeiro.

Malpartida – Vizinha de Almeida, possui bonita igreja romântica e uma ponte medieval.

Malpica do Tejo – A sua localização terá desgostado a população («mal fica!»). Próximo, Monforte da Beira, com igreja matriz de portais quinhentistas.

Marialva – A vila alta está abandonada há mais de um século, mas permanece como espaço fabuloso, com as muralhas e igrejas. Visite-a ao pôr-do-sol ou numa manhã de nevoeiro.

Meda – Bonito pelourinho frente à igreja (séc. XVI), Solar dos Casas Novas, de aspecto barroco, e a Casa da Câmara, com janelas curiosas. O Douro corre a 20 km a norte.

Monfortinho – Tornou-se conhecida pelas águas medicinais a que alguns hotéis e pensões dos anos 40, agora restaurados, deram fama. Local perfeito para um fim-de-semana tranquilo.

Moreira de Rei – A norte de Trancoso. Junto às ruínas do castelo, curiosas sepulturas escavadas na pedra.

Monsanto – A propaganda do Estado Novo fez dela a «Aldeia mais portuguesa de Portugal». Objecto de um programa de recuperação que tenta conter o processo de abandono pelos habitantes, surpreende com as suas calçadas e casas de granito. Espantosa vista do alto do castelo.

Pedrógão Pequeno – Perto da Sertã e à beira do Zêzere (Barragem do Cabril). Aldeia tranquila, tendo nas proximidades o Santuário da Senhora da Confiança, cenário de grandes festividades anuais.

Penha Garcia – Do monte dos deuses que é Monsanto avista-se esta localidade, que se desenvolve pela encosta da Penha. Bonito castelo no alto e a mancha de casitas de xisto.

Proença-a-Velha – Perto de Monsanto. Apresenta pelourinho, uma igreja do séc. XVI e a Casa da Câmara.

Salvaterra do Extremo – Aqui acaba Portugal. O castelo defendia os vaus do rio Erges.

Santa Eufémia – Junto a Pinhel. Possui a capela octogonal da Senhora das Fontes, do séc. XVIII, construída sobre terreno granítico.

Santa Marinha – Igreja do séc. XVIII, pelourinho, solares e casas do séc. XVI.

Segura – Irá «fermosa e não segura» no alto do cabeço…Caminhos em socalcos e a ponte para o reino vizinho, de origem romana.

Sortelha – Quase tudo se conservou: a igreja do séc. XVI, com tecto hispano-árabe, a torre de menagem, o pelourinho manuelino e as ruas e casas tradicionais. Só destoam as «maisons» construídas junto à entrada oeste.

Teixoso – Interessantes capelas: Santo Cristo e Santa Maria.

Torres de Terrenho – A uma dúzia de quilómetros a norte de Trancoso, mantém o Solar dos Brasis, com capela e cruzeiro.

Várzea de cavaleiros – Alberga o antigo Mosteiro de Santiago, ou dos Negros.

Vermiosa – Aldeia raiana saqueada e incendiada pelos castelhanos em 1642. Um passeio a pé desvenda portais setecentistas (Rua Direita/Rua da Igreja), janelas com vieiras do Caminho de Santiago e uma igreja com traços românticos.

Vila de Rei – Em pleno Pinhal. Ver igreja do séc. XVII e Capela da Misericórdia.

Vilar Formoso – Toda a localidade é um enorme supermercado para «nuestros hermanos». Interessantes as paisagens junto ao Côa.

Vilar Maior – Castelo em ruínas, pelourinho, solares e ponte sobre o rio Cesarão.

Zebreira – Perto de Segura, quase na raia. Tem para mostrar a igreja matriz e o pelourinho.