Negra Mole a casta do Algarve
De facto temos na Negra Mole a casta do Algarve, é lá o seu berço e é nesta região que é rainha !!!
Felizmente que de há uns anos a esta parte se partiu para estudar mais e assim conservar o seu registo genético.
Negra Mole a casta do Algarve foi durante uns anos abandonada e esquecida em centenas de hectares de vinhas.

Os viticultores entenderam que nada mais havia a fazer.
Tem a curiosidade de ser a única em Portugal que pode amadurecer em registo de uva branca ou uva tinta.
Cada ano é um ano e o enriquecimento da casta com polifenóis poderá ser pobre !!!
Dependendo do clone, temos na Negra Mole a casta do Algarve uma casta tosca.

Tem aparência deslavada, com cachos grande e tricolores (uvas brancas, tintas e rosadas).
A Casta Negra Mole apresenta aroma frutado e pouca concentração.
Especialmente os vinhos tintos ganham imensa alma estagiando em madeira durante 12 meses.

Contudo registou-se que muitos viram na Negra Mole a casta do Algarve e todo o seu potencial.
Curiosamente a Negra Mole torna-se tão rica, quando convertida num vinho que é muito expressivo e cheio de linguagem ancestral algarvia.
Macerados por pouco tempo, descobrem-se os claretes de outrora, cheios de fruta vermelha e sabor profundo.

Também os brancos estagiando parcialmente em barrica de carvalho ganham outra estrutura e amplitude de aromas.
A distribuição da Negra Mole
Macerados por mais tempo, vinhos produzidos com a Casta Negra Mole, permite-nos entrar no mundo dos tintos, tipo “Borgonha”.
Leves, mas ao mesmo tempo tensos, de fruta limpa, e boca longa.
Vinhos elaborados com a Casta Negra Mole inquietam os críticos e desafiam os mais primários conceitos do que são na verdade os grandes vinhos.

Se a concentração é o máximo que se procura, se é a elegância ou mesmo a autenticidade tão própria de cada região vitivinícola.
Cada região tem que apresentar a sua alma e identidade própria.
Negra Mole a casta do Algarve, confere este binómio de autenticidade !!!
Prensada ao de leve, produz mostos brancos, os famosos “brancos de tintas” ou “ blanc de Noir”.
Vinhos super frescos, minerais e salinos, excelentes para os melhores bases espumantes ou para brancos de gastronómicos.

Prensados com mais firmeza, produzem mostos rosa claros, quase salmão a puxar aos famosos rosés de “Provence”, aroma frutado e fresco, como uma elegância esmagadora.
Fenologia
Abrolhamento: Precoce, 4 dias após a ‘Castelão’.
Floração: Época média, 8 dias após a ‘Castelão’.
Pintor: Tardio, 9 dias após a ‘Castelão’.
Maturação: Tardia, duas semanas após a ‘Castelão’.
Dr. Eiras Dias INIAP-EVN
Descrição geral
É ainda pouco estudada uma vez que está limitada à região do Algarve, onde tem grande importância profissional.
Apresenta grande variabilidade na produção, na intensidade de cor e compostos fenólicos.
Apresenta algumas varas plagiotropicas. Casta robusta, tolerante à seca mas sensível à Botritis do cacho.
Vindima mecânica poderá ter problemas devido à fraca espessura da película.
Descrição do vinho monovarietal
Vinhos de cor rosada até rubi, com perfil aromático agradável.
Média capacidade de envelhecimento, cor de fraca intensidade mas estável, origina, em lote um vinho tipo clarete.
Qualidade do vinho é baixa, no entanto em vinho licoroso é boa.
Vinhos Monovarietais já provados no Clube de Vinhos Portugueses
Herdade Barranco do Vale IGP Algarve Rosé 2017
João Clara Negra Mole Tinto 2014
Gostei de saber novidades desta casta algarvia. Parabéns caríssimo Jorge Cipriano.
A casta Negra Mole é muito particular e exclusiva do Algarve. Cumprimentos.
Muito bom e completo
A casta Negra Mole é de enorme potencial. Cumprimentos.