VINDIMAS

Madeira é um vinho fortificado produzido na montanhosa ilha Atlântica com o mesmo nome.
As videiras encontram-se em patamares do nível do mar até uma altura de 600 metros e os vinhos variam de seco a muito rico.

As principais castas são Malvasia, Bual, Verdelho, Sercial e Tinta Negra, havendo ainda alguma produção da rara e aprecida casta Terrantez. Embora extintas, existem ainda vinhos das castas Bastardo e Moscatel.

Os vinhos mais secos são feitos a partir da uva Sercial cultivada em encostas altas e frescas, principalmente no norte da Ilha. Os Madeira mais doces são feitos a partir da casta Malvasia que floresce em vinhas de baixa altitude, particularmente em São João, a norte, e no Jardim do Mar, a sul.
As videiras são cultivadas tanto em latadas (videiras plantadas em altura que chegam a atingir 1,5 metros de altura) ou em espaldar, conduzidas na horizontal para obter maior exposição solar.
A vindima começa em finais de Agosto e acaba em meados de Outubro, altura em que a festa do vinho tem lugar no Funchal.
Todas as uvas são colhidas à mão. As vinhas situam-se pequenos terraços situados nas encostas íngremes ao redor da ilha e depois transportadas para a adega, onde a vinificação ocorre.


VINIFICAÇÃO

Produção de Vinho do Porto vs Vinho da Madeira

Produção de Vinho do Porto vs Vinho da Madeira

Nas Adegas, é feita uma triagem das uvas para avaliação do estado sanitário. Após serem pesadas e verifi­ca­do o grau alcoólico provável pelo refractómetro (instrumento de medição do teor em açúcar da uva) é feita a selecção do tipo de uvas, de acordo com o tipo de vinho que se pretende obter. A partir daqui, dá-se início ao delicado processo de transformação. O mosto resultante da prensagem é sujeito a uma fer­men­tação, que pode ser parcial ou total, e posterior fortificação.

Aguardentação do mosto

Aguardentação do mosto

O processo de fortificação consiste na paragem da fermentação com a adição de álcool vínico a 96% vol. A escolha do momento da interrupção da fermentação faz-se de acordo com o grau de doçura pretendido para o vinho, podendo-se, com este procedimento, obter quatro tipos de vinho: o seco, o meio-seco, o meio-doce e o doce.

Processo de Vinificação esquematizado

Processo de Vinificação esquematizado

Findo este processo, os vinhos podem ser submetidos a um dos dois processos de envelhecimento: “Estufagem” ou “Canteiro”.

PROCESSOS DE ENVELHECIMENTO

«Estufagem»

O vinho é colocado em estufas de aço inox, aquecidas por um sistema de serpentina, por onde circula água quente, por um período nunca inferior a 3 meses, a uma temperatura entre os 45 e 50 graus Celsius. Concluída a «estufagem», o vinho é sujeito a um período de «estágio» de pelo menos 90 dias à temperatura ambiente.

A partir deste momento pode permanecer em inox, ou ser colocado em cascos de madeira, até reunir as condições que permitem ao enólogo fazer o acabamento do vinho, para que possa ser colocado em garrafa, com a garantia de qualidade necessária. No entanto, estes vinhos nunca podem ser engarrafados e comercializados antes de 31 de Outubro do segundo ano seguinte à vindima. São vinhos maioritariamente de lote.

«Canteiro»

Os vinhos seleccionados para estágio em «Canteiro» (esta denominação provém do facto de se colocar as pipas sob suportes de traves de madeira, denominadas de canteiros) são envelhecidos em cascos, normalmente nos pisos mais elevados dos armazéns onde as temperaturas são mais elevadas, pelo período mínimo de 2 anos.

Trata-se de um envelhecimento oxidativo em casco, desenvolvendo os vinhos, características únicas de aromas intensos e complexos. Os vinhos de canteiro só poderão ser comercializados, decorridos pelo menos 3 anos, contados a partir de 1 de Janeiro do ano seguinte ao da vindima.