A CHEROVIA – Um produto único e genuíno

 
Ingredientes:
Para 4  pessoas: 1 cherovia; 1 ovo; 1 chávena de farinha; sal; azeite para fritar.
Confecção:
Corta-se a cherovia em talhadas finas e estas em pedaços com 10 cm de comprimento (a largura é a da talhada da abóbora). Põem-se de molho em água fria com sal até o dia seguinte.
Com o ovo, a farinha, água e sal prepara-se um polme vulgar. Escorrem-se e enxugam-se num pano e passam-se os bocados da abóbora pelo polme. Fritam-se em azeite.
Acompanham-se com peixe frito ou qualquer outro cozinhado.

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Características: Quantas vezes ouviram falar na importância de preservar a biodiversidade, as espécies autóctones, as tradições da terra, etc…
Cherovia (Pastinaca sativa), também conhecida por cherivia, cheruvia ou pastinaga. A cherovia é uma planta pertencente à família da Apiaceae, plantas Angiospérmicas (plantas com flor). A esta família pertencem ainda a cenoura, a salsa, o aipo, os coentros e o funcho.
Quem descobre a cherovia, rapidamente se apaixona por este legume, de fácil preparação e simples utilização na cozinha, desde sopa, saladas, legumes salteados, frita, puré, etc…O seu intenso sabor, muito agradável, passeia-se pelos paladares da salsa e cenoura, embora mais intenso e há quem diga que o seu aroma tem algo parecido com o cheiro a coco.
O Cultivo da cherovia remota aos tempos da Eurásia, antes do uso da batata, sendo que esta ocupava o seu lugar. É curioso analisarmos este facto, pois a introdução da batata no Sex. XVI pelos espanhóis na Europa veio retirar progressivamente espaço à cherovia na nossa alimentação. A esse facto, não será seguramente alheio, o facto de a batata ser uma cultura mais produtiva.
Em termos nutritivos a cherovia acaba por ser mais rica em vitaminas e sais minerais do que a cenoura, sendo que se destaca essencialmente pela quantidade de potássio, fósforo, vitamina A, vitamina B e ainda algum valor calórico.
Tradicionalmente a cherovia em Portugal é cultivada na zona da Serra da Estrela, sendo contudo possível o seu cultivo noutras zonas do país. Esta planta no entanto não cresce em climas quentes e necessita da geada para desenvolver o seu sabor. Pelo tipo de raiz que é, a cherovia prefere terrenos arenosos e/ou limosos. Terrenos argilosos ou pedregosos dificultam o seu crescimento, provocando raízes deformadas e de pequeno tamanho.
Finalmente deixamos o desafio de experimentar. Teremos todo o gosto em apresentar a cherovia e ensinar como a introduzir na sua cozinha diariamente. Estará assim a contribuir para uma alimentação mais variada e rica, para além da preservação da biodiversidade.
Raiz: A Cherovia é uma raiz que tem a forma de uma cenoura e a cor do nabo. O seu sabor é uma mistura de ambos os legumes, mas mais acentuado e até adocicado. É um sabor único e extremamente agradável. A Cherovia representa um tubérculo com o qual se identifica a Covilhã e o seu Concelho. A vasta produção só é possível em “terras da Covilhã”, o que faz dela um ex-líbris da gastronomia local, podendo ser apresentada das mais diversas formas.
Origem: A cherovia, chirívia, cherivia, cheruvia ou pastinaga (Pastinaca sativa) é uma raiz que se usa como hortaliça, relacionada com a cenoura, embora mais pálida e com sabor mais intenso do que esta. O cultivo remonta a tempos antigos na Eurásia: antes do uso da batata, a cherovia ocupava o seu lugar. Em Portugal, é cultivada na região da Serra da Estrela. Foi identificada cientificamente em 1837.
Pastinaca sativa L.: Uma Planta a Descobrir: A redução da biodiversidade constitui uma ameaça não só à flora espontânea mas também às espécies cultivadas. Milhares de variedades regionais desapareceram em nome de uma agricultura mais produtiva.
Os hábitos alimentares actuais, muitas vezes tipificados no fast food, promovem o desenvolvimento de novas patologias agravadas pelo sedentarismo. Novos hábitos e novas espécies ajudarão a prevenir a doença e a promover a saúde.
A cherovia, uma umbelífera espontânea, poderá sair do anonimato e responder às novas necessidades que se vão colocando nos vários domínios sociais.

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SOPAS

SOPA DA BEIRA

 
Ingredientes: Para 4 pessoas: 6 folhas de couve franzida (galega da região); 1 molho de nabiças; 1 fatia de presunto ou um osso de presunto com carne agarrada; 2 colheres de sopa de azeite; 125 g de farinha de milho; sal; pimenta.
Confecção: Cortam-se as couves e as nabiças à mão. Coze-se o presunto ou o osso em água suficiente para a sopa (cerca de 2 litros). Quando o presunto estiver cozido, retiram-se os ossos, esfia-se a carne e juntam-se as hortaliças e o azeite. À parte desfaz-se a farinha de milho num pouco de água fria, que se junta ao caldo quando as hortaliças estiverem quase cozidas. Deixa-se a farinha cozer e engrossar e rectifica-se o sal. Querendo, pode juntar-se um pouco de pimenta.

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SOPA DE ABÓBORA

 
Ingredientes: Para 6 a 8 pessoas: 700 gr de abóbora-menina; 1,5 l de água; 200 gr de farinha de milho; sal; azeite.
Confecção: Descasca-se a abóbora e retiram-se as pevides. Corta-se em quadrados que se cozem em água temperada com sal. Depois de bem cozida, passa-se o caldo pelo passador e leva-se de novo ao lume. Junta-se a farinha previamente desfeita em água. Tempera-se com azeite e deixa-se ferver até a farinha cozer.
Nota: O azeite deve ser adicionado apenas um minuto antes de retirar do lume para não perder qualidades.

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SOPA DE SALSA

 
Ingredientes: 6 batatas, 1 cebola, 1 ramo de salsa, 2 ovos, 4 colheres de sopa de azeite, quadrados de pão frito q.b.
Confecção: Cozem-se as batatas, a cebola e os alhos numa panela com um pouco de água. Junta-se o azeite e deixa-se ferver bem. Quando tudo está cozido, passa-se a sopa com a varinha mágica. Corta-se um ramo grande de salsa, muito picadinha e deita-se dentro da sopa. À parte batem-se os ovos e misturam-se na sopa. Deixa-se levantar fervura. Quando se for servir, juntam-se uns quadradinhos de pão frito em cada prato.

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SOPA DE FAVAS

 
Ingredientes: Para 6 a 8 pessoas: 2 lt de água; 30 gr de arroz; 1 cebola média; 1 cenoura; 1 couve-flor pequena; 0,5 Kg de favas descascadas; 1 colher de sopa de manteiga; 1 gema; 75 gr de presunto gordo; sal q.b.
Confecção: Põe-se o presunto numa panela a cozer em água. Juntam-se-lhe as favas, limpas de cascas e peles, a cenoura cortada em palitos delgados e o sal. À parte faz-se um refogado com metade da manteiga e a cebola picada, que depois de alourar se deita na panela. Deixa-se ferver durante uma hora e acrescenta-se o arroz. A couve-flor coze-se à parte e deita-se na sopa, aos raminhos. Quando se retira a panela do lume para servir, adiciona-se a gema de ovo batida com a restante manteiga.
Nota: Quando não há favas frescas, prepara-se a sopa com favas secas demolhadas. Tempo de preparação: 30m e tempo de cozedura:1h15m.

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PRATOS TÍPICOS

 

MIGAS DE OVOS

 
Ingredientes: 500 gr de pão duro; 2 dl de azeite; 4 dentes de alho; 3 ovos; cerca de 1,5 dl de água; 1 ramo de salsa.
Confecção: Leva-se ao lume, num tacho, a água, a salsa, os dentes de alho picados e o azeite. Ferve um pouco, para apurar, e junta-se o pão cortado às fatias. Deixa-se ferver, mexendo com uma colher de pau. Juntam-se os ovos batidos, envolvem-se bem e deixam-se cozer. Servem-se quentes, com azeitonas.

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MIGAS DE TOMATE

 
Ingredientes: 1 posta de bacalhau média; 1 cebola média; 3 tomates maduros; 1,5 dl de azeite; 4 ovos; 300 gr de pão caseiro; água e sal.
Confecção: Para um tacho corta-se a cebola às rodelas finas e o tomate, limpo de peles e sementes, cortados aos bocados. Rega-se com o azeite e por cima põe-se o bacalhau demolhado e desfiado. Deixa-se refogar um pouco, adiciona-se a água suficiente e deixa-se ferver para apurar. Corta-se o pão às fatias finas, deita-se no tacho e deixa-se abeberar. Juntam-se os ovos batidos com o sal.
Envolve-se e deixam-se cozer os ovos. Serve-se bem quente.

Vinho recomendado: Conde Julião Branco 2009

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MÍSCAROS COM OVOS

 
Ingredientes: 1 kg de míscaros; 1 dl de azeite; 1 cebola; 150 gr de chouriço; 1 colher de chá de colorau; 4 ovos; sal.
Confecção: Descascam-se os míscaros, lavam-se muito bem e cortam-se aos bocados. Faz-se um refogado com o azeite e a cebola picada e mistura-se o chouriço cortado às rodelas e os míscaros. Tapa-se o tacho e deixa-se cozer; se necessário adiciona-se um gole de água. Quando tudo estiver cozido, misturam-se os ovos batidos com o sal. Envolve-se bem e deixa-se cozer, sem secar.

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DOBRADA À MODA DA COVILHÃ

 
Ingredientes: Para 5 a 6 pessoas: 1 kg de folho de dobrada; 2 limões; 1 mão de vitela; 1 pé de porco; 400 gr de arroz; 2 farinheiras; 1 salpicão; 1 dl de azeite; 70 gr de manteiga; 3 cenouras médias; 1 ramo de salsa; 75 gr de presunto; 1 cebola média; 1 l de caldo da cozedura do pé de porco e da mão de vitela; sal; pimenta e malagueta q.b.
Confecção: Coze-se a dobrada, depois de bem lavada, raspada e esfregada com limão, em água temperada com sal. À parte coze-se a mão de vitela e o pé de porco. Noutra caçarola leva-se ao lume o azeite e a manteiga, a cebola picada, as cenouras raladas e o ramo de salsa. Quando a cebola estiver cozida, mas loura, introduz-se o arroz, o presunto demolhado 2 horas e cortado às tiras, a dobrada cortada em quadrados de 4-5 cm, a mão e o pé completamente desossados e também cortados em bocados de 5 cm.
Mexe-se sempre o arroz até embeber a gordura e acrescenta-se o caldo. Verifica-se o sal e tempera-se com pimenta e um pouco de malagueta. Tapa-se a caçarola e quando ferver introduzem-se em cima as farinheiras e o salpicão. Leva-se a caçarola ao forno 30 a 40 minutos. Serve-se bem quente, retirando primeiro as farinheiras e o salpicão e cortando-os às rodelas.

Vinho recomendado: Praça Velha Tinto 2004 (AC Fundão)

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PASTEL DE MOLHO

 
Na década de 1920 os empregados fabris não tinham tempo para fazer sopa e então substituíram-na por estes pastéis, uma vez que despendiam muito tempo a confeccioná-los, aguentando durante várias semanas, o que não sucede com a sopa.
Este Pastel seco é feito com massa folhada cortada em tirinhas, que se enrolam em forma de espiral, dobrando uma das pontas do pastel para rechear com carne de vaca refogada.
O Pastel de Molho era e continua a ser servido com molho de açafrão. Prepara-se da seguinte forma: põe-se água a ferver com sal, vinagre, açafrão e um ramo de salsa; coloca-se o Pastel num prato, deitando o caldo por cima, tapa-se com outro prato e aguarda-se um pouco (para “abrir”); o Pastel de Molho “abre”, fortalecendo a refeição.
O Pastel de Molho é composto por uma massa de margarina ou banha de porco, sal, farinha e recheado com carne guisada (cebola, louro e sal).
Para além de poder ser servido com molho de açafrão ou chá preto, pode ainda ser comido apenas como Pastel.

Vinho Recomendado: Piornos Tinto Reserva 2006 (AC Covilhã)

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PEIXE

AÇORDA DE BACALHAU

 
Ingredientes: 250 gr de bacalhau; 350 gr de pão duro; 7 dentes de alho; 2 dl de azeite (mal medidos); 6 ovos estrelados.
Confecção: Coze-se o bacalhau, previamente demolhado. Tira-se-lhe a pele e as espinhas e faz-se às lascas. Colocam-se num recipiente que possa ir à mesa e ao forno em camadas alternadas de fatias de pão e bacalhau. Rectifica-se o sal da água da cozedura do bacalhau e leva-se ao lume para ferver. Deita-se então sobre o pão, para embeber, e escorre-se em seguida o excesso de líquidos. Esmagam-se os dentes de alho e fritam-se no azeite retirando-os antes de escurecerem. Rega-se a açorda com o azeite a ferver (é conveniente picar com um garfo, para o azeite penetrar). Colocam-se por cima os ovos estrelados.

Vinho recomendado: Alpedrinha Branco 2009 (AC Fundão)

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BACALHAU À LAGAREIRO

 
Ingredientes: 1 kg de bacalhau do lombo; 750 gr de batatas pequenas; 1 cebola grande; 3 dentes de alho; azeite; sal; pimenta.
Confecção: Coloca-se o bacalhau bem demolhado num tabuleiro e cobre-se com a cebola, cortada às rodelas finas, os dentes de alho picados e bastante azeite. Serve-se numa travessa com todo o azeite, rodeado de batatas cozidas, levadas ao forno juntamente com o bacalhau e polvilhadas de sal e pimenta.

Vinho recomendado: Piornos Reserva Branco 2009 (AC Covilhã)

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TRUTAS À MANEIRA DE MANTEIGAS

 
Ingredientes: 12 trutas; 1 dl de azeite; 125 gr de manteiga; sumo de 1 limão; 1 ramo de salsa pequeno; farinha; sal; pimenta.
Confecção: Amanham-se as trutas e retiram-se-lhe as tripas e as guelras sem as abrir. Temperam-se com sal, enxugam-se num pano, passam-se por farinha e colocam-se num tabuleiro, untado com azeite. Levam-se ao forno a assar. À parte derrete-se a manteiga e junta-se o sumo de limão, a pimenta e a salsa picada. Dispõem-se as trutas numa travessa e regam-se com este molho. Servem-se muito quentes. Tempo de Preparação: 12 minutos e tempo de cozedura: 15 minutos.

Vinho recomendado: Cova da Beira Branco 2009 (AC Fundão)

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TRUTAS DE ESCABECHE

 
Ingredientes: Para 6 pessoas: 1,5 kg de trutas; 2 colheres de sopa de farinha; 2 cebolas; 1 copo de vinho branco; 1 copo de vinagre; 2 dentes de alho; 1 folha de louro; sal e pimenta; azeite para fritar.
Confecção: Depois de arranjadas, polvilham-se as trutas com um pouco de sal. Escorrem-se, passam-se por farinha e fritam-se em azeite bem quente.
Cortam-se as cebolas às rodelas muito finas.
Dispõem-se as trutas num prato fundo em camadas alternadas com a cebola e os alhos cortados ás rodelas finas. Regam-se com o vinho, o vinagre e um copo de água. Junta-se o louro e tempera-se com sal e pimenta.
Leva-se ao forno até a cebola estar macia. Deixa-se arrefecer e serve-se frio acompanhado com batatas.

Vinho recomendado: Quinta do Cardo Síria Branco 2009 (Companhia das Quintas)

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CARNES

 

CABRITO ASSADO NA BRASA

 
Ingredientes: 1 cabrito; sal; pimenta; alho.
Confecção: Tempera-se o cabrito no dia anterior. Assa-se em brasas de lenha de carvalho. Faz-se um molho com banha, colorau, pimenta, alho e vai-se pincelando o cabrito à medida que vai assando. Serve-se com batatas a murro.

Vinho recomendado: Terras de Belmonte Tinto 2006 (AC Covilhã)

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PANELA NO FORNO DA COVILHÃ

 : Para 4 a 6 pessoas: 1 pé de porco; 1 mão de vitela; 6 grãos de pimenta; 1 cebola grande; 2 chávenas de arroz; 1 chouriço; 1 farinheira; 200 gr de presunto; 150 gr de toucinho; sal q.b.
Confecção: Lavam-se e raspam-se o pé de porco e a mão de vitela. Cozem-se muito bem as carnes em água com sal, a pimenta e a cebola inteira. Retira-se da panela e corta-se aos bocados. Coa-se o caldo, medem-se 4 chávenas para cozer o arroz numa panela de barro. Quando levantar fervura, deita-se o arroz e quando ferver novamente coloca-se no forno para acabar de cozer. Antes de servir, colocam-se em cima as carnes cortadas.
Nota: Prato habitual nas festas e feiras da região. O arroz deve ficar malandro e as carnes bem cozidas. Tempo de preparação: 45m e tempo de cozedura: 1h20m.
Ingredientes

Vinho recomendado: Quinta do Cardo Garrafeira Tinto 2006 (Companhia das Quintas)

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CABRITO ESTONADO DAS BEIRAS

 
Ingredientes: 15 Dentes de alho; 5 colheres de sopa de banha; 1 cabrito; 1 colher de sopa de colorau; 1 colher de sopa de pimenta; sal q.b.; 3 dl de vinho branco.
Confecção: Deve-se limpar bem o cabrito. Fazer uma pasta de tempero com o colorau, a banha, os dentes de alho picados, a pimenta e o sal e barrar o cabrito, por dentro e por fora, com esta pasta. De seguida, levar ao forno em assadeira de barro, se possível colocando a carne sobre uma grade feita com uns paus de loureiro, normalmente usados nas espetadas. Enquanto estiver a assar, ir regando com o vinho. Deve-se servir acompanhado por batatas assadas e esparregado.

 

Vinho recomendado: Monte Serrano Reserva 2006 (AC Covilhã)

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TIPOS DE CARNE:

 (Denominação de Origem Protegida)
BORREGO SERRA DA ESTRELA

 


A carne deste borrego é particularmente macia e saborosa, de paladar muito suave, com gordura intersticial e subcutânea bem distribuída. Para além do seu nome registado, estes borregos são também conhecidos na região de origem por Borregos de Canastra (canastra é o cesto onde tradicionalmente se coloca o borrego), já que tradicionalmente eram transportados para o mercado em canastras.
A raça Bordaleira da Serra da Estrela tem sido, desde tempos imemoriais, seleccionada para a produção de leite, o qual se utiliza na produção do famoso Queijo da Serra da Estrela. Os borregos surgem como sub-produto desta actividade principal.
A vocação desta raça é a produção leiteira.
Os animais encontram-se estabulados durante todo o Inverno ou pastam nas terras de baixa altitude quando o tempo o permite. Até aos anos 40 do século XX, era usual a transumância de rebanhos da Serra para pastagens das planícies alentejanas, que alimentavam este gado no Inverno, altura onde existem maiores carências alimentares.
A ligação da raça Bordaleira ao famoso Queijo da Serra, já era cantada pelo grande dramaturgo do século XVI, Gil Vicente, no “Auto dos Pastores”.
Abrange os seguintes concelhos da região da Serra da Estrela: Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia, Manteigas, Oliveira do Hospital, Seia e algumas freguesias dos concelhos da Covilhã, Guarda e Trancoso.

 

BORREGO DA BEIRA (Indicação Geográfica Protegida)


O Borrego é pequeno, de carne muito tenra e saborosa devido ao seu maneio em pastoreio extensivo na zona da Beira Interior. A carne é rosa com sabor e cheiro característico a leite. Devido às suas particularidades também é conhecido por “borrego da canastra” ou “borrego de leite” (o leite constitui o seu único alimento). É produzido nos concelhos de Pinhel, Almeida, Belmonte, Fundão, Penamacor e algumas freguesias dos concelhos de Trancoso, Guarda e Covilhã.
CABRITO DA BEIRA (Indicação Geográfica Protegida)


Carne de cor rosa-pálida, decorrente da sua alimentação quase exclusiva de leite materno. A carne é muito tenra, clara e de gosto suave aleitado. Estes animais resultam de um sistema de exploração da raça caprina baseada no pastoreio extensivo, onde é vulgar encontrar um pastor acompanhado de 2 a 4 cães, guardando rebanhos, e na produção de leite para fabrico do queijo. Realizaram-se estudos, nos finais do século passado, sobre a raça Serrana, nos quais se conclui ser esta uma raça há muito individualizada. A sua origem é particularmente difícil de determinar, mas tudo indica que tenha sido a partir das cabras selvagens.
Concelhos onde a mesma se pode encontrar: Pinhel, Guarda, Fornos de Algodres, Trancoso, Celorico da Beira, Seia, Gouveia, Manteigas, Covilhã, Almeida, Belmonte, Fundão e Penamacor.

 

ENCHIDOS

A partir de meados de Novembro e até Janeiro ocorre a tradicional matança do porco. Nesse dia, as famílias reúnem-se, logo pela manhã. É-lhes oferecido um bom pequeno-almoço, constituído por presunto, chouriço, salpicão, chouriça de carnes e de bofes (miúdos do porco – coração, rins e pulmões). Estes produtos pertencem à matança do ano anterior.

Chouriço de carne

Este pequeno-almoço deve ser sempre acompanhado por um bom vinho da Região. Seguidamente, procede-se à matança do porco: coloca-se o animal em cima de um banco de madeira, à medida que o animal, na ponta do banco existe uma racha para prender a cabeça do porco.

Chouriço Moiro ou de sangue

Depois da matança, o sangue é aproveitado para um alguidar. Mistura-se-lhe sal, para não coalhar. Logo a seguir o porco é chamuscado, para que depois a pele seja raspada e bem lavada. Para retemperar as forças, depois de todas as tarefas ligadas à matança do porco e antes de se proceder à sua desmancha, é tradição fazer um almoço energético e de festança. É o chamado Almoço da Matança e consta das seguintes variedades: caldo verde, vinho, azeitonas, morcela, alheira com grelos, grão com carnes de porco, favas com chouriço, torresmos com batata cozida com casca, febras grelhadas e aguardente de zimbro.

Farinheira

Normalmente, o porco é desmanchado à noite (o animal é pendurado e aberto de alto a baixo). Há então uma prova de carne entremeada.
Da carne de porco surgem variadíssimos pratos. Mas as primeiras tarefas estão ligadas aos enchidos: fazem-se as farinheiras, as chouriças, as morcelas, o salpicão e o bucho.

Morcela

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PRESUNTO
Para conservar a carne de porco de modo a poder ser consumida muito depois da matança, recorreu-se desde sempre à salga e ao fumeiro.
O apetitoso presunto não é mais do que a perna de porco que, depois de salgada ao longo de vários meses, é bem lavada em água corrente para lhe retirar o sal e coberta depois com uma pasta protectora essencialmente à base de colorau e azeite.


Segue-se então o processo de secagem, que poderá ser em fumeiro ou em local frio.
O frio e a humidade desempenham um papel primordial na qualidade do presunto.

In Guia de Gastronomia, Região de Turismo da Serra da Estrela

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DOÇARIA:

> Doce de Marmelo;
> Doce de Mogango;
> Bolo de requeijão;
> Requeijão com doce de Abóbora;
> Cavacas de Pinhel;
> Filhós;
> Esquecidos;
> Bolo de Azeite;
> Folar da Páscoa

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DOCE DE MOGANGO

 
Ingredientes: 1Kg de mogango; 0,5Kg de açúcar; pau de canela; miolo de nozes.
Confecção: Cortar o mogango em pequenos quadrados, colocar numa panela e cobrir com o açúcar. Fica a repousar de um dia para o outro para “criar” a água do mogango. Vai ao lume com a canela até ficar em ponto. Por fim misturar o miolo de nozes.

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GARGANTAS DE FREIRA

 


Ingredientes: 4 gemas; 200 gr de açúcar; água; folhas de obreia; 1 clara de ovo.
Confecção: Põe-se ao lume açúcar com água a cobrir. Quando estiver em ponto de pérola, retira-se e arrefece-se. Misturam-se as gemas, que voltam ao lume para cozer. Deixa-se arrefecer. Cortam-se rectângulos de obreia e no centro de cada um coloca-se um molhinho de fios de ovos passados pelos ovos moles. Enrolam-se, sobrepondo as pontas molhadas com claras de ovo para colar.

Vinho recomendado: Adega Nova Abafado 2006 (AC Covilhã)

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TALASSAS

 
Ingredientes: 225 gr de farinha; 160 gr de manteiga; 100 gr de açúcar; 3 ovos; 1 colher de chá de fermento; 1,5 dl de leite; 1 colher de chá de canela.
Confecção: Bate-se o açúcar com os ovos e a manteiga derretida. Mistura-se a farinha com o fermento e a canela. Deita-se o leite até a massa estar bem ligada. Enche-se a forma untada com a manteiga e vai a cozer.

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BISCOITOS DE AZEITE

 
Ingredientes: 5 ovos inteiros; 3 gemas; 350 gr de açúcar; 2,5 dl de azeite; meio cálice de aguardente; farinha até tender; gema de ovo para dourar; açúcar para polvilhar.
Confecção: Deitam-se os ovos com as gemas para uma tigela e batem-se com o açúcar até ficar uma massa esbranquiçada e fofa. À parte aquece-se o azeite e junta-se ao preparado. Continuando a bater, adiciona-se aguardente e, por fim, a farinha, batendo sempre, até a massa se desprender da colher. Deixa-se descansar vinte minutos. Tendem-se biscoitos em forma de S’s, douram-se com gemas de ovo e polvilha-se com açúcar. Vão ao forno a cozer em tabuleiro levemente untado com azeite.

Vinho recomendado: Aguardente Zimbro (AC Covilhã)

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FILHÓS

 
Ingredientes: 1,250 kg de farinha; 12 ovos; 1 chávena de azeite; 1/2 chávena de açúcar; 1 copo de vinho de aguardente; 1 chávena de sumo de laranja; 1 colher de sopa de fermento.
Confecção: Batem-se muito bem os ovos com o açúcar, o sumo de laranja, o azeite e aguardente mornos. Depois destes ingredientes bem batidos, vai-se adicionando a farinha misturada com o fermento. Trabalha-se muito bem a massa até descolar das mãos. Deixa-se repousar a massa até duplicar o tamanho. Quando a massa está finta (lêveda) fritam-se as filhós em óleo bem quente.
Nota: As filhós são estendidas sobre uma tábua ou então com as mãos untadas com azeite.

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CAROLOS

 
Ingredientes: 50 gr de açúcar; 7 ovos; meio cálice de aguardente; 1,5 dl de azeite; farinha até tender; 500 gr de açúcar para a cobertura.
Confecção: Batem-se os ovos com açúcar. Misturam-se o azeite morno e a aguardente, continuando a mexer. Pouco a pouco, vai-se deitando a farinha até se poderem tender. Formam-se biscoitos, compridos com cerca de seis centímetros e a largura de um dedo. Levam-se a cozer em forno forte em tabuleiro untado com manteiga. Para a cobertura, põe-se o açúcar ao lume, com metade do seu peso de água até obter ponto de pérola forte. Logo que os biscoitos estejam frios, passam-se pelo açúcar em ponto e colocam-se em redes para secar.

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PUDIM DE LEITE

 
Ingredientes: 2 dl de ovos (num copo); a mesma medida de açúcar; a mesma medida de leite; 1 colher de sopa de sumo de limão.
Confecção: Com um pouco de açúcar retirado à porção total e o sumo de limão faz-se um caramelo com que se barra uma forma de pudim. Bate-se o açúcar com os ovos. Junta-se o leite frio e deita-se o preparado na forma. Tapa-se e leva-se a cozer em banho-maria durante uma hora e meia. Desenforma-se depois de frio. Na panela de pressão o pudim coze apenas em trinta minutos.
Nota: Antigamente punham-se cinzas quentes sobre a tampa da forma para evitar a criação de gotas de vapor que muitas vezes provocam bolhas no pudim depois de cozido.

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BARRIGA DE FREIRA

 
Ingredientes para a Pasta: 6 papo-secos; 30 ovos.
Ingredientes para Calda: 0,75 cl de água; 700 gr de açúcar.
Ingredientes para Decoração: Canela; Amêndoa.
Confecção:
Pasta: 1-Retirar a côdea ao pão, e cortá-lo em pequenos quadradinhos. 2-Separar 12 gemas e utilizar 18 ovos inteiros. 3-Misturar tudo bem.
Calda: 4-Juntar a água ao açúcar e levar ao lume até fazer ponto pérola. 5-Misturar a pasta com a calda, em lume brando durante 7 minutos. 6-Para finalizar, polvilhe com canela e amêndoa ralada torrada.

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PAPAS DE CAROLO

 
Ingredientes: 150 gr de carolo; 7 colheres de sopa de açúcar; 1 casca de limão; 1 pau de canela; sal q.b.; 1,5 l de leite; 0,5 l de água.
Confecção: 1-Lava-se o carolo quantas vezes o necessário para o farelo vir ao de cima. 2-Num tacho a lume, coloca-se a água temperada com sal, casca de limão e canela. 3-Quando ferver, misturar o carolo, mexendo sempre. 4-Quando começar a engrossar, introduzir, pouco a pouco, o leite e o açúcar, mexendo sempre.

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TIGELADA DA BEIRA


Ingredientes: 250 gr de açúcar; 8 ovos; 1 colher de sopa de farinha; 1 l de leite; 1 colher de sopa de mel; raspa de um limão; canela q.b.
Confecção: 1-Misture o açúcar, a canela e a farinha. 2-Bata os ovos e o mel com a mistura anterior e adicione o leite. Envolva bem. 3-Aqueça no forno num caçolo de barro untado com azeite. Quando bem quente, deite-lhe a mistura e leve ao forno para cozer. 4-Sirva no próprio caçolo.

Vinho recomendado: Espumante Conde Julião Branco Meio-Seco 2007

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MASSAPÃES

 
Ingredientes: 250 g de amêndoas; 250 g de açúcar; 1 clara de ovo; folhas de obreia; amêndoas inteiras e peladas.
Confecção: Pelam-se e ralam-se as amêndoas (só as 250 g). Misturam-se bem as amêndoas raladas, o açúcar e a clara. Tem-se um tabuleiro, polvilha-se com farinha e depois forra-se com a obreia (hóstia). Dispõe-se sobre a obreia bolinhas de massa preparada. Levam-se a cozer no forno. A meio da cozedura, achatam-se as bolinhas com os dedos e coloca-se uma amêndoa inteira em cada uma. Deixam-se aloirar. Depois de frias, recorta-se a obreia de cada massapão.

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ÓRGÃO
Ingredientes: Para a massa: 750 g de farinha; 5 ovos; 1 chávena de açúcar; 1 colher de sopa de manteiga; 1 colher de sopa de aguardente; sal; azeite para fritar.
Ingredientes: Para o recheio: 750 g de açúcar; 250 g de amêndoas; 30 gemas; 250 g de fios de ovos.
Confecção: Para a realização desta receita são necessários vários canudos com cerca de 1,5 cm de diâmetro. Estes canudos são tradicionalmente de cana, mas podem ser feitos de folha. Um canudo com 22 cm de comprimento, 6 canudos com 17 cm, 12 com 13 cm, 18 com 11 cm, 24 com 8 cm e 30 com 6 cm.
Para a massa, trabalham-se muito bem todos os ingredientes até se obter uma massa fina e elástica. Tende-se esta em tirinhas com 2 cm de largura, que se enrolam em espiral à volta dos canudos. Mergulham-se depois em azeite bem quente. Escorrem-se sobre papel absorvente.
Estando os canudos fritos, prepara-se o recheio. Leva-se o açúcar ao lume com 2,5 dl de água e deixa-se ferver até fazer ponto de cabelo (106ºC). Junta-se a amêndoa pelada e ralada e deixa-se ferver um pouco. Retira-se do calor, adicionam-se as gemas e leva-se tudo novamente ao lume até fazer estrada. Deixa-se arrefecer.
Enchem-se os canudos com o recheio colocando numa das pontas um pouco de fios de ovos.
Para armar o órgão, começa por se dispor no prato um napperon de papel com cerca de 30 cm de diâmetro. Coloca-se depois no centro e na vertical o canudo maior (22 cm) ficando a ponta dos fios de ovos para cima. Contorna-se este canudo com os 6 canudos de 17 cm, que se prendem com uma linha fina. À volta colocam-se os 12 canudos de 13 cm e assim sucessivamente, seguindo sempre o mesmo esquema. Os últimos canudos, os mais pequenos, seguram-se com um laço de fita de seda. Retiram-se cuidadosamente as linhas que se utilizaram como auxiliares.

FRUTOS DA COVA DA BEIRA

CEREJA

 
Localizada entre as Serras da Gardunha, da Estrela e da Malcata, a Cova da Beira, que engloba os concelhos do Fundão, da Covilhã e de Belmonte, possui uma localização e condições climáticas de excelência para a fruticultura e, em particular, a cerejeira encontra aqui o seu habitat natural e privilegiado.
Esta situação geográfica, proporcionando condições climáticas únicas (elevado número de horas de frio, Primavera amena e grande protecção dos ventos atlânticos), bem como a origem granítica ou xisto-argilosa dos solos de encosta, profundos e bem drenados, são as condições ideais ao desenvolvimento da cultura.
As plantações situam-se entre os 450 e os 800 metros, ocupam uma área de cerca de 1600 hectares e a sua produção anual ronda as 6500 toneladas.
A colheita decorre entre o início do mês de Maio e finais de Julho.
As freguesias mais representativas desta cultura são: Alcongosta, Alcaide, Souto da Casa, Aldeia de Joanes, Alpedrinha e Castelo Novo (Concelho do Fundão), Ferro, Peraboa, Tortosendo e Dominguiso (concelho da Covilhã).
Assim, na Beira Interior, a Gardunha é o “Solar” da cerejeira e Alcongosta ao Souto da Casa, o espectáculo das cerejeiras em flor é deslumbrante.

 

PÊSSEGO

 
No século V a. c. o pessegueiro já existia na China, depois foi levado para o Japão e, mais tarde, para a Pérsia.
Alexandre, o Grande, atribuiu-lhe grande importância e deu-o a conhecer na Grécia.
Os romanos descobriram este fruto durante o Império de Nero. Nos séculos XVI e XVII a França desenvolveu a sua produção e, em Inglaterra, durante o reinado da Rainha Vitória, o pêssego fazia parte da ementa dos jantares de maior cerimónia.
No nosso país, a Cova da Beira é a zona da Beira Interior com condições edafoclimáticas para produzir pêssego de óptima qualidade, concentrando-se 3/4 da sua produção total nesta zona, onde ocupa uma área de 1600 hectares.
Cerca de 85% da sua produção é consumida em fresco e a restante percentagem, correspondendo aos calibres mais baixos, destina-se à indústria, sendo utilizada para gelados, compotas, batidos, néctares, licores, sobremesas, conservas e iogurtes.
O Pêssego da Cova da Beira é proveniente de diversas variedades de pessegueiro “Prunus persica Sieb. e Zucc.” que têm manifestado capacidade de adaptação à zona da Cova da Beira formada pelos concelhos da Covilhã, Fundão e Belmonte.
É um fruto delicioso, muito apreciado e cultivado em zonas de vale e meia encosta, em especial do rio Zêzere.
A sua plantação, em solos de características específicas, com condições de altitude, exposição solar e climas especiais, é bastante recente, tendo ocorrido, sobretudo, nos últimos 50 anos.
As variedades com maior expressão na Cova da Beira são a Dixired, Red Top, J. H. Hale, Merril Franciscan, Black, Rubidoux, Carnival e Hallowen.
Na sua grande maioria, produzem frutos de polpa amarela com uma época de maturação semi-tardia e tardia, em resultado das condições climatéricas.
O Pêssego da Cova da Beira é um fruto perfumado, muito sumarento e saboroso, satisfazendo o paladar mais exigente.
Ao natural ou cozinhado é excelente para preparação de receitas doces ou salgadas. Pode também ser utilizado para decorar uma sobremesa ou um prato mais requintado.
Na sua área de produção destacam-se, no concelho da Covilhã, as freguesias de Orjais, Aldeia do Souto, Vale Formoso, Teixoso e Ferro.
No concelho do Fundão as freguesias de Alpedrinha, Vale Prazeres, Castelo Novo, Orca e Soalheira são aquelas em que o pêssego tem maior significado.
No concelho de Belmonte existem mais plantações nas freguesias de Belmonte e Caria.

 

MAÇÃ

 
A Maçã da Cova da Beira tem características organolépticas especiais devido aos solos e ao micro-clima da zona.
As serras da Gardunha e da Estrela protegem a área dos ventos atlânticos e permitem as horas de frio necessárias ao processo de diferenciação floral, vingamento e maturação.
As variedades existentes em maior quantidade são a Golden delicious e a Red delicious.
A área geográfica de produção da Maçã da Cova da Beira está circunscrita aos concelhos da Covilhã, Fundão e Belmonte, mas é a norte do Fundão que se encontram as maiores concentrações de pomares de macieiras.
Estes estão situados a uma altitude entre os 400 e os 550 metros, a sua área é, aproximadamente, de 1500 hectares e a produção anual atinge cerca de 9000 toneladas.
Depois da colheita, que ocorre entre Agosto e Outubro, a Maçã da Cova da Beira é conservada, em frio convencional ou atmosfera controlada, sem alterar as suas características.
Cerca de 90% da produção é encaminhada para as grandes superfícies, para os mercados abastecedores e para os mercados regionais, sendo consumida em fresco. A restante produção destina-se à indústria onde é transformada em compotas, sumos e essências.
Na produção desta maçã destacam-se as freguesias de: Orjais, Vale Formoso, Teixoso, Aldeia do Souto, Boidobra e Ferro (concelho da Covilhã); as freguesias de Fundão, Vale Prazeres, Alpedrinha e Soalheira (concelho do Fundão); as freguesias de Caria e Belmonte (concelho de Belmonte).

 

MAÇÃ BRAVO DE ESMOLFE

 
Conhecida desde o século XVIII, tem o seu nome ligado à freguesia de Esmolfe (concelho de Penalva do Castelo), donde é originária no nosso país.
Segundo consta, provém de uma mutação genética de macieira brava que passou também a ser cultivada em alguns concelhos da Beira Interior.
Plantada em terrenos com altitude entre 350 e 600 metros e com Invernos rigorosos forçando o repouso vegetativo, a sua floração tardia permite-lhe uma adaptação excelente ao clima desta área.
Aqui, era cultivada em bordadura, consociada com outras culturas ou dispersa.
A partir dos finais da década de 80 esta situação alterou-se passando a regime intensivo devido à grande procura de elevados preços praticados no mercado.
É o fruto da cultivar derivada do “Malus domestica Boekh”, e, no âmbito das características organolépticas, possui epiderme esbranquiçada, eventualmente com manchas rosadas, de carepa na fossa peduncular, podendo atingir até 20% da epiderme. Tem forma oblongo-cónica de calibre médio a pequeno e possui um aroma intenso, agradável e bastante “sui generis”. A sua polpa é branca, macia, sucosa e doce, com boas qualidades gustativas.
A colheita tem início em meados de Setembro.
A Maçã Bravo de Esmolfe, pequena maçã de Outono, tem características únicas, sendo, ao mesmo tempo, doce e ácida.
Continua a ser considerada uma das mais preferidas no nosso país esta saborosa e bonita maçã, cuja área de produção, na Beira Interior, abrange os concelhos de Belmonte, Celorico da Beira, Covilhã, Fornos de Algodres, Fundão, Gouveia, Guarda, Manteigas, Pinhel, Seia e Trancoso.

 

CASTANHA

 
O castanheiro, espécie de climas frios, com necessidade de humidade no Verão, permitindo o aproveitamento da sua madeira e do seu fruto, tem um grande interesse socio-económico, sendo cultivado, desde há muitos séculos em, Portugal.
A sua sombra agradável e reconfortante é algo que os viajantes muito apreciam nos dias quentes de Verão.
O seu fruto, a castanha, é um dos produtos que, fresco ou seco, esteve na raiz da alimentação medieval europeia e, durante séculos de escassez, ajudou a que populações vivendo em aldeias e lugares, tivessem alimento.
A Castanha dos Soutos da Lapa (Castanea sativa Mill), das variedades Martainha e Longal, é um produto regional de qualidade, muito apreciado no mercado nacional e internacional.
Na Beira Interior, a Castanha dos Soutos da Lapa, está ligada a um povo muito arreigado na tradição e a uma zona que possui um valioso património histórico, paisagístico e cultural.

QUEIJOS


Segundo é possível apurar da história da humanidade, a arte do fabrico de queijo deverá ter tido o seu início num passado muito longínquo, pelo menos há mais de 12 mil anos antes do nascimento de Cristo, num período da história conhecido como paleolítico superior. Segundo a lenda, o queijo deverá ter sido descoberto por um dos filhos do Deus Apolo, Aristeu, Rei da Arcádia.
Egípcios, romanos e gregos, foram povos que desenvolveram o fabrico e consumo de queijo, tendo-se tornado uma importante iguaria nas mesas dos nobres e nos grandes banquetes imperiais.
É na Idade Média que o queijo começa a ser fabricado sob rígidas regras de higiene muito por imposição de certas ordens religiosas que ganharam reputação pela reputação dos seus queijos.
O advento das feiras e dos mercados nos séculos XIV e XV as regiões produtores de queijos começaram a ser mais conhecidas e os seus produtos mais divulgados o que levou a uma maior disseminação do consumo.
No século XIX dá-se o grande “boom” no consumo do queijo, tendo a sua produção deixado de ser artesanal passando a ser industrial. É por essa altura que surge um facto que veio mudar completamente o fabrico e consumo de queijo: a pasteurização.
A evolução que o queijo teve ao longo dos anos mais recentes é bem conhecida, tornando-se um produto de consumo de eleição com apreciadores espalhados pelos quatro cantos do mundo.
O consumo milenar do queijo mantém-se importante nos dias de hoje existindo uma oferta muito diversificada face às exigências cada vez mais sofisticadas dos consumidores.

Simples e natural

 
De manhã ao pequeno almoço, à noite ao jantar ou na ceia, à tarde no almoço ou ao lanche, em casa, no restaurante, no trabalho, na escola, no supermercado, na pastelaria, fresco ou curado, simples ou acompanhado por doces, frutos secos ou ervas, nas saladas, nas sandes, tostas ou em sopas, como prato principal ou como ingrediente na confecção de refeições, com ou sem sal, magro ou gordo, eis a multiplicidade de variáveis no consumo de algo tão simples e tão natural: o queijo.
Nos dias que correm, as exigências dos consumidores não se limitam ao suprimento das necessidades básicas em termos alimentares. Os consumidores de hoje elegem como uma das suas mais importantes preocupações a protecção da sua saúde.
O queijo de hoje não deve apenas satisfazer os hábitos alimentares mas deve procurar cumprir com exigências de higiene e segurança alimentar e, sobretudo, com o bom equilíbrio nutricional que os alimentos podem proporcionar.
O queijo assume assim um importante protagonismo na moderna alimentação que se quer cada vez mais saudável. Nunca um alimento tão antigo teve tanta importância na boa alimentação que se quer hoje.

QUEIJO SERRA DA ESTRELA

 
Nascido num complexo socio-económico de características específicas e muito particulares, como é a Serra da Estrela, o Queijo Serra da Estrela é o resultado de muitos esforços de geração e constitui o produto nobre da pastorícia da região.
Ele é, sem dúvida, cartão de visita da Beira Interior, fazendo parte da nossa cultura e da nossa história.
O Queijo Serra da Estrela é o mais antigo dos queijos portugueses, sendo um dos nossos mais dignos embaixadores, merecendo lugar de destaque entre os melhores queijos do mundo. Rendam-se-lhe todas as homenagens na companhia de honroso néctar.
Do mais notável dos nossos queijos existem referências que remontam à ocupação romana. Columela, oficial do exército romano, descreve o seu fabrico naquele que é considerado o primeiro Tratado de Agricultura.
Em 1287, D. Dinis criou o primeiro mercado de queijo de Celorico da Beira.
Na Idade Média, Gil Vicente refere-se desta forma ao presente da Vila de Seia à Rainha D. Catarina, esposa de D. João III: “Mandaraa a vila de Sea quinhentos queyjos recentes todos feytos aa candea”.
Os primeiros trabalhos de investigação sobre este queijo iniciaram-se nos finais do século XIX, com Ferreira Lapa, Wenceslau da Silva, Hoffmann, Butner, Larchner, Marçal e outros.
Trata-se de um queijo produzido, na área geográfica da Beira Interior, nos concelhos de Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia, Manteigas, Seia e algumas freguesias dos concelho da Covilhã, Guarda e Trancoso, a partir do leite cru das ovelhas da raça Bordaleira Serra da Estrela.
As ovelhas alimentam-se da rica e variada vegetação natural existente nesta região, produzindo um leite de excepcional qualidade a partir do qual a sabedoria das gentes serranas soube criar um queijo inigualável, de paladar suave e requintado.
O rigor do Inverno que embeleza de branco as encostas da Serra da Estrela convida a um passeio que permita reviver as tradições pastoris, conhecer o património dos povos que habitam estas pastagens, como em Moreira de Rei, Corga de Matança, Vila Ruiva e na aldeia histórica de Linhares da Beira e, também, admirar as suas maravilhosas paisagens no Folgosinho, em Alvoco da Serra, nas Penhas Douradas…

COMO SE CARACTERIZA O QUEIJO SERRA DA ESTRELA?

 

 O Queijo Serra da Estrela produz-se a partir de leite cru estreme de ovelha da raça Bordaleira Serra da Estrela e o seu fabrico é artesanal. A ordenha é manual e ao leite, depois de aquecido em banho-maria a uma temperatura próxima dos 28ºC, é adicionada uma infusão de cardo (Cynara cardunculus, L.). o processo de coagulação demora cerca de 60 minutos e a coalha sofre um esgotamento lento, sendo colocada num cincho, apertada com as mãos e mantida sob pressão até ao esgotamento total do soro. A sua maturação é feita em ambiente a rondar os 90% de humidade relativa e com temperatura oscilando entre 6ºC e 12ºC. Durante este processo de maturação o queijo é lavado e virado com frequência, de modo a que a sua crosta se mantenha lisa e limpa. Após um período de cerca de 40 dias, o queijo está pronto a ser consumido.
De pasta semimole, amanteigada, de cor branca ou ligeiramente amarelada, com poucos ou nenhuns olhos, é um queijo curado, com forma de cilindro baixo, regular, com abaulamento lateral e um pouco na face superior, sem que os bordos estejam bem definidos. Os diâmetro varia entre 15 cm e 20 cm, a altura em 4 cm e 6 cm e o seu peso oscila entre 1 Kg e 1,7 Kg.
No que se refere ao aroma e sabor possui um “bouquet” suave, limpo e ligeiramente acidulado.

REQUEIJÃO SERRA DA ESTRELA

 

 
Muito conhecido e saboroso, o requeijão é obtido a partir do soro que escoa da francela durante a laboração do queijo. Este soro é aquecido até à ebulição deixando-se depois arrefecer à temperatura ambiente. Obtém-se um preparado líquido com pequenos flocos brancos dispersos que era tradicionalmente distribuído por pequenos cestos de verga fina de castanheiro, hoje substituídos por material higienizável, donde escorre o líquido denominado “sorelho” ou “rescaldão”, uma vez escorrido, a massa branca e espessa que resta constitui o requeijão.
Ao seu sabor fresco juntam-se propriedades terapêuticas derivadas do seu alto valor nutritivo, sendo símbolo, por excelência, de uma alimentação saudável.
Poderá, ainda, experimentar o seu excelente sabor acompanhado de mel ou doce de abóbora.

Para além do conhecido Queijo Serra da Estrela, é possível encontrar na Beira Interior o:
Queijo de Castelo Branco;
Queijo Amarelo da Beira Baixa;
Queijo Picante da Beira Baixa.

 

PRODUTOS

MEL SERRA DA ESTRELA

 
As abelhas são anteriores ao aparecimento do homem na Terra e a apicultura é uma das suas mais antigas ocupações.
Durante o Paleolítico o homem explorava o mel dos enxames naturais, de forma primitiva e no Neolítico domesticou as abelhas.
Para extrair os produtos (mel, cera) o homem criou mecanismos que lhe permitam obtê-los mais facilmente e com maior qualidade, no que se refere ao aspecto físico.
Inicialmente deu “casas” artificiais às abelhas e, assim, até à Idade Média os enxames eram instalados em troncos de árvores vazios, em tubos moldados em argila (egípcios) e em cestos de palha e canas.
Nas zonas mediterrâneas o sobreiro deu origem ao cortiço “casa” extremamente leve, com bom isolamento térmico, fácil de transportar e permitindo às abelhas uma moldagem fácil.
Só a partir de 1852, a colmeia de quadros móveis de Lorenzo Lorraine Langstroth passou a ser utilizada nos mais diversos países.
Desde o séc. XIX, devido às suas propriedades terapêuticas, o mel é usado na preparação de medicamentos. No nosso país e na Beira Interior, a apicultura é uma actividade que sempre teve um lugar de destaque.
Nas ordenações dos nossos primeiros reis pode comprovar-se que estes concediam privilégios sob a forma de foral aos “abelheiros”, sendo o mel utilizado para diversas trocas comerciais.
Os seu valor nutritivo fez com que o homem o introduzisse na alimentação e, em muitas receitas da cozinha tradicional, ele é ingrediente indispensável.
Os concelhos da Covilhã, Guarda, Manteigas, Seia, Gouveia e Celorico da beira constituem a rota de um dos nossos genuínos produtos naturais – Mel Serra da Estrela – obtido nas encostas situadas longe da poluição.
É um mel de montanha produzido, pela Apis mellifera mellifera sp. Iberica (abelha ibérica), a partir da flora característica da região e é o resultado da transformação que ocorre no tubo digestivo da abelha, ao néctar que foi por ela extraído das flores de vegetação espontânea.
O Mel Serra da Estrela é um produto tradicional, regional, que no âmbito das suas características organolépticas possui um sabor sui generis e bastante agradável ao paladar.
No âmbito das suas características físicas, possui cor acentuadamente escura de aspecto bastante macio e aroma muito agradável, que lhe são conferidos pela flora existente (principalmente a presença de estevas).
A sua conservação deverá ser feita em recipientes de vidro ou barro vidrado e a temperaturas não inferiores a 5ºC para evitar a solidificação e alteração posterior do seu aspecto e sabor.
A genuinidade do produto pode comprovar-se pelo seu sabor, cor e textura.
Este é um mel com história e com transumância de colmeias quando, na Primavera, a vegetação desponta acima dos mil metros.
A zona da Lagoa Comprida, com altitude de cerca de 1.400 metros, é uma das mais procuradas pela riqueza da sua flora.
Há referências à actividade agrícola na toponímia, como por exemplo, Cortiçô da Serra (Celorico da Beira), Malhada das Cilhas e Muro (Seia), o que demostra a importância e a tradição deste produto na zona da Serra da Estrela.
A Serra da Estrela, magestosa e atraente, fazendo com que o visitante caminhe para ela levado por “uma força centrípeta e granítica raiz”, como escreveu Miguel Torga, com uma paisagem desdobrada nos seus dois mil metros de altitude, é a mais alta serra do país e é um dos locais mais aprazíveis do nosso Portugal.
Das suas encostas avista-se uma paisagem de rosto granítico marcado pela história vestindo-se de branco nos meses de Dezembro a Maio.
Manteigas, situada junto do profundo e lindo vale glaciar do Zêzere, a 700 m de altitude, encontra-se recolhida no vale do Zêzere, possui um dos primeiros perímetros florestais de serras do nosso país, criado em 1888, e está inserida num contexto paisagístico soberbo.
Redescobrindo o valor da água, as Caldas de Manteigas oferecem-lhe descanso, lazer e saúde.
Para além da maravilhosa paisagem que surge a partir da Lagoa Comprida, visite Nossa Senhora da Boa Estrela e as Penhas Douradas, magnífica estância de férias, a 1475 metros de altitude.
Aproveite e conheça, também, o idílico Covão da Ponte, lugar que ninguém esquece…

 

AZEITE DA BEIRA BAIXA

 
A origem da oliveira, árvore de aspecto modesto, perde-se na noite dos tempos. No entanto, parece que, na sua forma selvagem, terá surgido na Antiga Grécia e na Ásia Menor, após a Segunda era glaciar.
Cultura milenar dos povos da bacia mediterrânea, a oliveira constitui actividade importante para a economia rural e para o equilíbrio ecológico dessas regiões.
Do seu fruto, a azeitona, obtém-se um néctar que a civilização grega louvou, dizendo que aquecia a alma dos deuses: o azeite.
Símbolo de sabedoria para os gregos, outro líquido para os fenícios, emblema de paz para os judeus, unção sagrada para os cristãos, o azeite, cujo vocábulo provém do árabe “az-zait”, que significa sumo de azeitona, concentra o sabor o saber, a cultura e o gosto, a alma e o corpo de civilizações.
O azeite conquista hoje o Norte da Europa, Estados Unidos da América, Austrália, Japão e Canadá, granjeando apreciadores que descobriram as suas características químicas, biológicas e organolépticas e as suas propriedades preventivas e terapêuticas.
É uma gordura essencialmente monoinsaturada, rica em vitamina E e outros antioxidantes naturais, veículo de outras vitaminas lipossolúveis (A,D,K), com uma composição em ácidos gordos que se aproxima da do leite materno, permitindo que, esses mesmos ácidos, sejam, adequadamente, fornecidos ao nosso organismo.
Nos povos do Sul da Europa, considera-se que o azeite é corresponsável pela baixa incidência de acidentes cardiovasculares.
O cheiro e o sabor do azeite têm uma importância fundamental nas características sápicas da cozinha mediterrânea.
Ingrediente base da cozinha tradicional portuguesa, valoriza o sabor dos produtos, ligando-os entre si, respeitando-os e tornando-os mais ricos. Pode ser utilizado em cru ou cozinhado, assim nas Saladas, no Caldo Verde, no Bacalhau à Lagareiro, numa caldeirada, nas Cavacas, nos Biscoitos, nas Filhós, em tantos e tantos manjares, o azeite é a chave do sucesso…
Sendo muito resistente a altas temperaturas e não penetrando nos alimentos como acontece com outras gorduras, é mais apropriado para a fritura.
Em toda a região da Beira Interior se vêem olivais formado coroas esverdeadas prateadas, tal como aquelas que, segundo a mitologia, ornavam as cabeças dos deuses vitoriosos.
E, até, em socalcos, laboriosamente construídos nas encostas de alguns dos nossos rios, pode ver-se uma paisagem deslumbrante que nos mostra a tenacidade do homem.
Na Beira Interior o azeite faz parte da sua matriz cultural, sendo uma das fontes de rendimento das nossas gentes.
Compreende-se, deste modo, o esmero e o labor dedicados a essa actividade, pois o lagar de azeite ocupou sempre um lugar central na representação simbólica e na economia comunitária.
A singularidade e a excepcional qualidade dos Azeites da Beira Interior distingue-os entre os melhores azeites do mundo.
O Azeite da Beira Baixa tem coloração amarela clara levemente esverdeada e amarela clara, com aroma “sui generis” e sabor a fruto. É obtido, sobretudo, a partir da azeitona da variedade Galega, mas também da Bical e Cordovil, produzindo-se nos concelhos de Sabugal, Covilhã, Belmonte, Fundão, Penamacor, Idanha-a-Nova, Castelo Branco, Vila Velha de Ródão, Proença-a-Nova, Oleiros, Sertã, Vila de Rei e Mação.

FONTE: C.M. Covilhã