Alguém já pensou na origem da expressão “XPTO” ? Telemóvel XPTO , carro XPTO, portátil XPTO, etc. Sabe que se relaciona com vinhos ?

sa sergio azenha (Colaborador) - 13 marco 2017 - PORTUGAL, Agueda - Regiao da Bairrada - Caves Primavera, empresa vinicola - adega - pipas

Á história foi contada pelo Dr. Vasco d’Avillez, presidente da CVR de Lisboa e homem com muitos anos de vinhos.

“Esta expressão XPTO era usada, na sua forma escrita, nas barricas de vinho para a Igreja, para ser usado na Missa.

Vinho de Missa 13
O Vinho de Missa era sempre de qualidade muito superior e além disso era doce e com um bom grau de álcool para não se estragar nunca.

sa sergio azenha (Colaborador) - 13 marco 2017 - PORTUGAL, Agueda - Regiao da Bairrada - Caves Primavera, empresa vinicola - adega - pipas

Caves Primavera- Vinho de Missa

A Igreja recebia este vinho e mandava que fosse marcado com a palavra grega: Cristo. (lê-se: Christoss).

Vinho de Missa 14
Ora a palavra em grego escreve-se com os carateres XPTO que querem dizer Christos!

Para fazer mais sentido relembro que os Padres que ao domingo celebravam várias Missas não podiam comer nada desde a meia-noite da véspera e por terem que estar em jejum até ao meio dia ou até às 13h00 (era assim até 1961) tinham que ingerir líquidos nutritivos.

Daí que celebravam a eucaristia com Vinho de Missa doce e com bastante grau mais ou menos 14º Alc., o que era em geral o suficiente para os «aguentar» até à hora do almoço.”

Segundo Xavier Fernandes, tudo teria começado numa variedade de vinhos generosos designados por Lacrima Christi («A lágrima de Cristo»), produzidos em Itália, nas encostas do Vesúvio.

Ora os enólogos italianos teriam acrescentado ao nome latino «a marca distintiva XPTO».

Consta, pois, que as letras gregas XPTO «da primitiva língua eclesiástica» teriam sido gravadas nos recipientes que continham os vinhos «mais distintos», destinados ao ritual católico, «para serem consagrados a Cristo, isto é, a XPTO», marcação esta que serviria «para os distinguir dos outros nos armazéns dos conventos e para marcar as ânforas destinadas às sacristias das igrejas».

Tal hábito ter-se-ia espalhado «entre as cristandades de Itália», que teriam passado a usar a marca XPTO originalmente destinada aos vinhos usados na liturgia.

Mais tarde, a mesma marca, que «era uma garantia de pureza e superioridade de vinhos especiais», teria passado a usar-se «para além das reservas eclesiásticas, para gabar um vinho cuja excelência os vendedores pretendiam impor com esta designação consagrada: – um vinho de X.P.T.O., isto é, um vinho digno de missas!».

Vinho de Missa 11
Bem, o mínimo que se pode dizer é que se trata de uma hipótese fascinante!