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Breve História do Concelho de Anadia

Foral_Anadia“O povoamento do concelho encontra-se mal documentado para épocas anteriores ao domínio romano: carecem ainda de comprovação alguns vestígios alegadamente pertencentes ao Paleolítico (Monte Crasto – Anadia, Carvalhais e Vila Nova de Monsarros), ao Neolítico (Moita) e à Idade do Ferro (Monte Crasto – Anadia). Mas os testemunhos da presença romana nestas terras são, esses sim, inequívocos e têm sido detectados um pouco por toda a área do concelho: Aguim, Avelãs de Caminho, Avelãs de Cima, Mogofores, Moita, Óis do Bairro, São Lourenço do Bairro, Vila Nova de Monsarros, Vilarinho do Bairro e, muito especialmente, em Anadia (Monte Crasto) e Sangalhos. Para além dos numerosos vestígios de cerâmica de cobertura doméstica, torna-se imperativo aludir à estrada que unia Olissipo (Lisboa) a Cale (Porto), e que percorria esta região, num traçado que continua a suscitar novas investigações e teorias.

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E se algumas povoações já existiam nesses tempos, outras só serão detectadas na documentação medieval. Assim, e não indo além do nascimento do reino, encontramos S. Lourenço do Bairro (883), Arcos (943), Sangalhos (957), Vila Nova de Monsarros (1006), Levira (1020), Vilarinho do Bairro (1020), Samel (1020), Monsarros (1064), Moita (1064 – referência à Igreja de S. Cucufate), Tamengos (1064), Horta (1064), Anadia (1082), Quintela (1082), Óis do Bairro (1086), Aguim (1101), Mata (1131), Avelãs de Baixo (1132), Figueira (1138), Ferreiros (1138), Ancas (1143), Mogofores (1143), Sá (1143) e Paredes do Bairro (1143).

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Tratando-se de um concelho com quase cinco séculos de existência, Anadia conheceu ao longo da sua história sucessivas mutações de carácter administrativo, algumas delas ocorridas muito recentemente, e que acabaram por resultar na repartição do seu território nas actuais quinze freguesias civis e na sua ligação ao distrito e à diocese de Aveiro.
Nesta região, durante os anos fulcrais da definição das fronteiras de Portugal, não parece ter sido graças à concessão de forais que se promoveu o povoamento e a reorganização das instituições. Talvez o possamos inferir do reduzidíssimo número de cartas dessa natureza outorgadas a estas terras durante a Idade Média – para o actual distrito de Aveiro apenas se conhece o foral com que D. Sancho I criou, em 1210, o concelho de Ferreiros, Fontemanha e Vale de Avim (povoações que integram a actual freguesia da Moita). Existem referências posteriores a forais concedidas nestes séculos (Avelãs de Caminho, por exemplo), mas não são suficientemente esclarecedores quanto ao verdadeiro teor desses documentos – podem não passar de meros contratos de aforamento colectivo, que surgem designados como forais pelos rebeliões, ou erradamente referenciados como «forais velhos» pelos autores contemporâneos, como acontece no que respeita a Aguim e a Anadia.

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Mas no início do século XVI, no âmbito de uma ampla reforma administrativa, D. Manuel I não esquecerá o litoral centro e, por força das cartas de foral que outorga, também aqui são criados ou oficializados numerosos concelhos. O espaço daquele que é hoje o município de Anadia não escapou a este movimento reformista: em 1514 são formalmente criados os concelhos de Anadia, Avelãs de Cima, Vilarinho do Bairro, Carvalhais (juntamente com Ferreiros, Fontemanha e Vale de Avim), São Lourenço do Bairro, Aguim, Sangalhos, Pereiro (freguesia de Avelãs de Cima), Óis do Bairro, Mogofores, Avelãs de Caminho, Boialvo (freguesia de Avelãs de Cima) e Vila Nova de Monsarros; em 1519 surge Paredes do Bairro e em 1520 é concedida versão definitiva dos forais de Mogofores e de Óis do Bairro. Ainda que não haja absoluta coincidência de espaços, a verdade é que a maior parte destas povoações é hoje sede de freguesia (com excepção de Boialvo e Pereiro), e destas autarquias apenas não encabeçaram concelho Amoreira da Gândara, Tamengos e Ancas.

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Para além do poder concelhio, existiam jurisdições exercidas por outras entidades, com alterações ao longo do tempo: a própria coroa (Avelãs de Caminho e Sangalhos), o bispo de Coimbra (Mogofores e Óis do Bairro), o cabido desta Sé (Aguim, Vila Nova de Monsarros e Paredes do Bairro), o prior e o convento de Santa Cruz de Coimbra (Anadia e Pereiro), a abadessa e o convento de Santa Clara de Coimbra (Sangalhos, a partir de 1338), e alguns senhores nobres (Avelãs de Cima, Carvalhais, Ferreiros, Fontemanha e Vale de Avim, São Lourenço do Bairro e Vilarinho do Bairro).

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É mal conhecida a evolução destes espaços ao longo da época moderna, mas cumpre destacar a criação, na década de trinta do século XVI, de uma nova divisão administrativa, que distribuiu a quase totalidade destes concelhos por duas novas comarcas. Até ao momento, quase todos pertenciam à comarca da Estremadura (exceptuam-se Avelãs de Cima e Ferreiros, que Faziam parte da comarca da Beira), mas, a 12 de Março de 1533, surge então a comarca de Coimbra, em cuja área se inserem Aguim, Vila Nova de Monsarros e Paredes do Bairro, e, a 20 de Dezembro desse mesmo ano, é estabelecida a comarca de Aveiro que conta, entre as suas circunscrições, com Anadia, Avelãs de Cima, Avelãs de Caminho, Ferreiros, Pereiro, Sangalhos, São Lourenço do Bairro e Vilarinho do Bairro.

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Mas será o século XIX que voltará a marcar profundamente a configuração desta região, graças a medidas impostas por legislação em constante reformulação. Para lá da ligação de Sangalhos a Oliveira do Bairro, documentada para as décadas de vinte e de trinta, verificamos que a 28 de Abril de 1833, Paredes do Bairro, Pereiro e Anadia passam a integrar o concelho de Avelãs de Cima; a 18 de Julho de 1835 subsistem ainda os concelhos de Aguim, Avelãs de Caminho, Avelãs de Cima, Ferreiros, Mogofores, Óis do Bairro, Sangalhos, São Lourenço do Bairro, Vilarinho do Bairro e Vila Nova de Monsarros. Mas, nos termos do decreto de 6 de Novembro do ano seguinte, esta área passará a ser partilhada por apenas dois concelhos: o de Anadia (constituído pelas freguesias de Arcos, Moita, Mogofores, Avelãs de Cima e Avelãs de Caminho) e o de São Lourenço do Bairro (formado pelas freguesias de São Lourenço do Bairro, Sangalhos, Óis do Bairro, Vilarinho do Bairro e Troviscal). O concelho de Anadia será de novo ampliado a 4 de Julho de 1837, graças à anexação de Vila Nova de Monsarros (que se desliga da Mealhada), e a 31 de Dezembro de 1853, com a incorporação da freguesia de Tamengos (desanexada do concelho da Mealhada) e do concelho de São Lourenço do Bairro (despojado da freguesia do Troviscal, mas entretanto beneficiado com a freguesia de Ancas).

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Pela lei geral da administração civil, datada de 26 de Julho de 1867, o concelho de Anadia crescerá mais uma vez, em virtude do desmembramento do vizinho concelho de Oliveira do Bairro, da junção das paróquias da Mamarrosa e Troviscal numa só freguesia civil, e da anexação desta e da de Oliveira do Bairro a Anadia. Este concelho regressaria à dimensão original

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algumas semanas mais tarde, mercê de outra alteração legislativa. Mas no dia 21 de Novembro de 1895 registar-se-á nova supressão do concelho de Oliveira do Bairro, sendo o seu território integrado nos vizinhos concelhos de Anadia e Águeda. Mas também esta desaparição seria temporária, mantendo-se apenas até ao início do ano de 1898.

As transformações posteriores, ocorridas no século XX, prenderam-se com a criação de três novas freguesias: a de Amoreira da Gândara, em 1928, a de Paredes do Bairro, em 1985, e a de Aguim, em 1989.
A nível eclesiástico, esta região esteve ligada à diocese de Coimbra até ao momento em que foi criada a de Aveiro (12 de Abril de 1774), à qual passam a pertencer Ancas, Óis do Bairro, Sangalhos, São Lourenço do Bairro e Vilarinho do Bairro (integrados no arciprestado de

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Vilarinho do Bairro, a partir de 1859). Extinta esta diocese em 1881, as suas comarcas e bens regressam à posse da diocese de Coimbra e só a 24 de Agosto de 1938 se assistirá à restauração da diocese de Aveiro, que acarreta a integração de dez concelhos, entre os quais o de Anadia (então constituído por treze freguesias). (…)”

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ROSMANINHO, Nuno, et al – “Anadia – Relance histórico, artístico e etnográfico”, Paredes, Reviver editora, 2001

FONTE: C.M. Anadia

AS TERMAS DA CURIA

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Fontes hidrotermais brotam do solo, numa zona com fabulosa vistapara a bucólica paisagem da Serra do Buçaco.

Sente-se o despertar tarde, o chilrear das aves canoras que ensaiam uma Sinfonia tipo Vivaldi, se estivermos na Primavera.

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Deixamo-nos repousar sobre o verde e o correr das águas. Foge-se à civilização e esquecemos todo o stress e más ondas resultantes da vida citadina. Paramos e não pensamos em mais nada. O tempo pára. Deitámos fora a pressa que tínhamos durante a semana.

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Estamos num verdadeiro mundo à parte.

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As Termas da Curia convidam a uma escapadinha prolongada.

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