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Polifenóis muito particulares
Os 3-flavanóis constituem uma grande classe de compostos que engloba os já famosos taninos do vinho.
Origem
O termo “tanino”, como é classificado um elevado número de compostos polifenólicos na natureza, tem origem numa das suas propriedades mais importantes, nomeadamente a sua capacidade de interagirem com as proteínas formando complexos estáveis (Bate-Smith, 1973; Haslam e Lilley, 1988).
Principais tipos de taninos
Os taninos vegetais podem dividir-se em dois grandes grupos: os taninos hidrolisáveis e as proantocianidinas (taninos condensados).
Apenas a família das proantocianidinas está presente na espécie Vitis vinifera.
Na madeira
A presença de taninos hidrolisáveis no vinho é de origem exógena, como resultado de certas práticas vinícolas, tais como a utilização de barris, cuja madeira é rica em taninos hidrolisáveis, para armazenamento do vinho após a fermentação alcoólica, e durante o seu envelhecimento.
Na casca e graínhas
As proantocianidinas presentes nos vinhos em grandes quantidades provêm das películas e das grainhas das uvas durante a maceração e fermentação alcoólica (Bourzeix et al., 1986; Ricardo da Silva e Rosec, 1992). De uma forma geral, os teores em 3-flavanóis (monómeros, oligómeros e polímeros) das grainhas são superiores aos das películas (Bourzeix et al., 1986; De Freitas e Glories, 1999; Sun et al., 1999).
Apesar dos muitos trabalhos citados na literatura sobre a composição das uvas em proantocianidinas de baixo peso molecular (monómeros, dímeros e alguns oligómeros), vários autores consideram que os 3-flavanóis presentes nas uvas se encontram sobretudo nas suas estruturas mais polimerizadas (Czochanska et al., 1980; Haslam, 1980). Estes compostos podem apresentar um grau de polimerização bastante elevado.
Do tanino à adstringência
Estudos efectuados com uvas de várias castas revelaram que as proantocianidinas das grainhas e das películas apresentavam um grau médio de polimerização de 10 e 30, respectivamente (Prieur et al., 1994; Souquet et al., 1996). Por outro lado, o grau de esterificação com o ácido gálico é superior nas proantocianidinas das grainhas (Souquet et al., 1996). Estes compostos estão normalmente associados ao sabor dos vinhos, nomeadamente à adstringência.

A adstringência resulta da interacção destes compostos com as proteínas salivares, formando uns complexos insolúveis e precipitam na cavidade oral, impedindo a lubrificação da língua e causando deste modo uma sensação de secura. Indirectamente, estes compostos também podem influenciar a cor dos vinhos tintos por interagirem com as antocianinas, podendo formar ligações covalentes, originando novos pigmentos com propriedades cromáticas diferentes das antocianinas.
Para ler com mais atenção, posteriormente. Obrigada
Muito conhecimento
Agradecemos o seu comentário. É interminável o que se pode dizer sobre polifenóis. Cumprimentos.