10 de junho celebra-se em Portugal o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas e se não fosse já motivo suficiente, o Vinho tem que estar presente nesta data.

O dia 10 de junho é feriado nacional, homenagem ao grande poeta Luís Vaz de Camões, autor d´OsLusíadas, a maior obra épica de Portugal, que faleceu a 10 de junho de 1580.

Aqui chegados, as celebrações do dia 10 de junho e o Dia de Portugal em 2023 tem uma presença de Vinho muito mais destacada.

Nesta efeméride é nosso hábito sugerir o brinde a Portugal, às comunidades, porque acreditamos que todas as oportunidades podem ser momentos de brindar com Vinho.

A Presidência da República anunciou em Janeiro de 2023 que as celebrações vão ficar sedeadas no município de Peso da Régua e junto das Comunidades Portuguesas na África do Sul.

E para Presidente da Comissão Organizadora foi convidado o enólogo João Nicolau de Almeida, e nada melhor que num ano em que a cidade europeia do Vinho é o Douro, estamos perante o “blend” perfeito, a junção do local, a região e da pessoa muito prestigiante para os Vinhos Portugueses, ao nível nacional e internacional.

Estamos convictos que o Vinho Português, a região, os profissionais e o produto nacional como o Vinho já merecia há muito esta ocasião, por merecer importante destaque, na pessoa de João Nicolau D’Almeida e do município de Peso da Régua.

Peso da Régua é um dos 19 municípios que fazem parte da cidade europeia do Vinho, tal como anunciámos aqui (Pode ver ou rever esse artigo aqui).

Não resistimos em referir João Nicolau D’Almeida que apreciamos muito pela carreira, pelos Vinhos que já tivemos o privilégio de conhecer e provar.

Não é fácil resumir o percurso e o contributo deste enólogo na modernização e desenvolvimento da vitivinicultura da região do Douro desde os anos 70 do século XX quando ainda se ouvia o chiar de carros de bois transportando pipas para os barcos rabelos.

Estamos perante uma personalidade do Douro, que em 1970, o destino leva-o a estudar enologia em França (Dijon e Bordeaux), com alguns dos nomes mais relevantes da área, tais como Émile Peynaud, Jean Ribéreau Gayon, entre outros.

Em 1976, na Casa Ramos Pinto assume cargo de Diretor de Enologia e Viticultura, incentivado pelo seu tio, José António Ramos Pinto Rosas, então administrador da Casa e com um grande conhecimento da viticultura duriense, inicia uma série de estudos vitivinícolas.

Não podemos ignorar que é filho de um protagonista histórico dos Vinhos Portugueses, alguém que deixou um importante legado, João Nicolau de almeida é filho do ‘criador’ do conceituado Barca Velha.

O pai, Fernando Nicolau de Almeida, foi enólogo da Casa Ferreirinha onde criou o famoso Barca Velha. Já o seu bisavô, fundou em 1870 a António Nicolau de Almeida Júnior & Irmão, uma firma de exportação de vinhos do Porto, mais tarde integrada na Real Companhia Velha (1963).

A mãe de João Nicolau Almeida era sobrinha-neta de Adriano Ramos Pinto, fundador desta Casa em 1880.

Para além de se registar ligações familiares com Afonso Pereira Cabral, proprietário da Quinta do Paço de Monsul e da Quinta do Cachão, ambas no Douro. E também com relação familiar com José Maria Rebello Valente, um dos proprietários da Quinta do Noval.

João Nicolau de Almeida, em 1981, apresenta os resultados de um estudo de castas mais apropriadas para a produção de vinho do Porto, mas também para vinho seco, vinho do Douro, seleção esta, mais tarde, amplamente adotada pela região.

Em 1990, responsável pelo lançamento do primeiro vinho tinto seco da Ramos Pinto, o Duas Quintas, um dos primeiros a abrir portas para uma nova era do Douro. Em 1994 lança o Duas Quintas branco.

João Nicolau de Almeida é um percursor da modernização da vitivinicultura duriense, acumulando uma série de distinções a nível nacional e internacional como “Man of the Year 1998” pela revista Wine & Spirits, Doutor Honoris Causa pela Universidade de Vila Real, Grande Oficial da Ordem de Mérito Agrícola da República Portuguesa, Cavaleiro da Ordem de Mérito Agrícola da República Francesa, entre outras.

No ano 2000, conjuga as funções de Diretor de Enologia e CEO da Casa Ramos Pinto, reformando-se em 2017.

Em 2023, quando assume a presidência da comissão das celebrações do Dia de Portugal, a sua dedicação é exclusiva ao projecto e aventura familiar em conjunto com os seus filhos, na Quinta do Monte Xisto em Vila Nova de Foz Côa, na margem esquerda do rio Douro.

Chegou o dia de por maioria de razões brindar-mos com Vinho Português ao Dia de Portugal.