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Uma história que nos leva até ao ano de 1808, quando os franceses invadiram a região, o povo, com o medo que lhes pilhassem os bens, escondeu o que conseguiu, o vinho foi enterrado no chão das adegas, debaixo pipas e dos lagares. Mais tarde, quando recuperaram os bens que restaram e ao desenterrarem o vinho,julgaram-no estragado.

Porém, descobriram que estava muito mais saboroso, pois tinha adquirido propriedades novas. Era um vinho com graduação de 10º/11º, palhete, apaladado, e com algum gás natural, que lhe adveio de se ter produzido uma fermentação no escuro e a temperatura constante. Por ter sido “enterrado” ficou a designar-se por “Vinho dos Mortos” e passou a utilizar-se esta técnica, descoberta ocasionalmente, para melhor o conservar e optimizar a sua qualidade. Assim, nasceu a tradição de “enterrar” o vinho. Hoje são já poucos os agricultores que mantêm viva esta tradição, nas vinhas sobranceiras à Vila de Boticas e da Granjas, nas encostas aí existentes, que possuem as condições de clima e solo adequadas à produção deste precioso vinho, que, não sendo abundante, tem sabor agradável e merece ser apreciado. Servir à temperatura de 14ºC.

 

COMO SURGE UMA GARRAFA DE VINHO DOS MORTOS

A elaboração do Vinho dos Mortos é constituída por várias fases que dão origem a um vinho único. Este processo sofre um rigoroso processo de controlo, sendo que o resultado final só é obtido, caso todos os processos sejam respeitados executados de acordo com o planeado.

Em meados do mês de Novembro, começa a fase da plantação de novas castas, estas plantações apenas devem ser feitas encostas poentes de Boticas.

Mais tarde, em Fevereiro é feita a poda das videiras, aduba-se e cava-se a vinha. Passados dois meses é feita a enxertia, o que leva as videiras a começar a rebentar com o calor da primavera.

De seguida vem a fase das caldas de enxofre e sulfato, que se prolongam até à primeira semana de Agosto.

O momento mais alto do ano, a desejada vindima é realizada na primeira semana de Outubro. São dias de tradicional festa, onde se apanha a uva que vai dar origem ao Vinho. As uvas são depois transportadas para o lagar em que posteriormente são pisadas pelos homens que vindimaram

O vinho começa a fermentar mantêm-se no lagar por cerca de seis dias Passando estes dias o vinho é retirado do lagar e vai para as pipas, onde continua a fermentação. Após o vinho já ter atingido a malolática, começa a fase de certificação. Quando esta estiver aprovada, é engarrafado.

Surge depois a fase mais emblemática de todo o processo. O vinho é enterrado debaixo das pipas e do lagar e cobre-se com saibro para estar a uma temperatura constante e sem claridade, onde fica cerca de seis meses. Por fim, no mês de Junho, chega a altura de provar a colheita do ano anterior. Uma colheita dá normalmente origem a um número limitado de garrafas e cada uma que chega á mesa, é um momento único de prazer.

 

 

Fonte: Vinho dos Mortos