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O Vinho e a Lira – Natália Correia

A oriente sou toda lira
exacta dérmica solar
biografo-me a desenho à pena
com a tinta da estrela polar.

À maternidade da pedra
restituo a casa a levante
e o teu sorriso é navegável
sem rápidos de ciúme e sangue.

Por esse lado tive infância
e derreto a neve das fotografias
destapando o quebra-luz
de uma tépida estampa de tias.

A meu oriente de polido mogno
meu verso tem cadeiras e o habito
com amigos e respiram os móveis
um sossego de folhas de eucalipto.

A sul se eriçam as crinas
se ateiam os cascos do meu verso esquino
druídica me visto de visco lunar
matéria friável de cânhamo e vinho

essa a minha álea de longifólias
acácias à velocidade do crime
por ela em teu coro linha de comboio
me deito à espera que o amor se aproxime

esse o meu jusante de minério e tirso
esse o meu amigo o que não conheço
essa a minha casa a quer não habito
minha alma estrela meu nenhum endereço

4 Comentários

  1. Francamente estou espantado
    Com as coisas que o Jorginho
    Neste espaço tem mostrado
    Sobre o que sabe do vinho!

    Não fala apenas da pinga
    De uma ou outra região,
    Para que a gente distinga
    O que é um “ Douro” ou um “ Dão”…

    Vai por todo o Portugal
    Levando-nos gentilmente,
    Num passeio cultural
    Que é proveitoso para a gente.

    Relata-nos o passado
    Mesmo da história remota;
    Das paisagens, do mercado,
    Dos preços, pois tudo anota!

    Ainda neste contexto,
    Diz ser um bom patriota
    O que serve de pretexto
    P’ra beber a sua “ quota “…

    Como sabem, noutro lado,
    Que também é interessante,
    Fala-nos também do Fado
    De que ele próprio é cantante.

    Aqui para nós, confesso,
    No SL já cantou,
    Todavia reconheço
    Que no fado não brilhou!

    Também começou a rota
    De afamados restaurantes;
    E até nisso denota
    Conhecimentos brilhantes.

    Sendo nos “ comeres” versado,
    E nas bebidas também,
    Sendo assim não estou espantado
    P‘lo grande peso que tem!

    Ah! Jorginho, fazes bem,
    Mostrar-nos tanto saber!
    Mas vai pensando também
    Onde a gente… há-de ir beber!…

    E com outros, ou sozinhos,
    Verás, em “debate” aceso,
    Que não sabendo de vinhos
    Sou também “ homem de peso “!…

    Um abraço – João

  2. O blog vai de vento em popa. Parabéns!

    Já ando a fazer “pub” dele aos amigos que bebem vinho a ver se aprendem alguma coisa…

  3. Boa escolha!

    Natália Correia… não se comenta… Lê-se e absorve-se a sua poesia.

    Grata por a partilhares.

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