Fazer ou não fazer? A diferença está na Casta Coragem.

 

São fartas as semelhanças entre o vinho e nós. As ironias que constroem o caminho da nossa vida equiparam-se, provavelmente, às provocações que a natureza lança aos produtores vinícolas.

 

Parece despropositado?

 

Não é, pelo contrário, faz todo o sentido olharmos para uma garrafa de bom vinho com o mesmo cuidado de quem observa a vida. E, rapidamente, encontraremos nesta analogia sensações similares e preocupações que se aconchegam em lágrimas vertidas com a mesma justificação.

 

Se tudo isto é poesia? Não. É um dos paradigmas da vida. 

 

Os desafios da existência exigem de nós uma grande capacidade de resolução e decisão, de antecipação e assertividade. Pedem ação, atitude e resposta. Quem se coloca na linha da frente mais depressa chega à meta ou percebe que é hora de voltar para trás. Saber em primeiro é ganhar vantagem e quem aposta na informação caminha sempre largos passos à frente da caravana.

Eis um punhado de mensagens que nos persuadem a não desistir, a levantar amarras e seguir nesta viagem turbulenta.  A ir. A partir à procura de escalar o outro lado da montanha. A chegar de mãos no ar num grito que diz “aqui estou eu”.

 

E chegamos nós ao destino e o vinho à mesa, a missão que se cumpre num final que afinal é um continuar mascarado de recomeço. Nada se perde, nada se cria, tudo se transforma. Nada termina, nada começa, tudo contínua.

 

Ali, sentados a usufruir de um tempo de repouso, merecido descanso, a bebericar um vinho, enquanto adoçamos o bico com figos e nozes.

 

Depois vem o sonho, a retórica e a bazófia. O mundo está carregado de boas intenções e vinho de pacote, de corações que deixam à sorte o volante do destino. Mas o sonho não se concretiza sonhando, ergue-se com dedicação, esforço e trabalho. Com ansia em querer chegar, com o ânimo de levantar da cama todas as manhãs e fazer a diferença. Com a capacidade de deitar mão à obra, fazer a vindima e engarrafar. Com a determinação, perseverança e esforço. Com amor e sem medo, pavor ou assombro. Com valentia e peito aberto. Vinho nascido e produzido da casta coragem para que nenhum copo ou garrafa fiquem vazios.

 

 

#tristaodeandrade