Os vinhos

Peso da Régua é uma cidade no distrito de Vila Real, situada junto ao rio Douro e que é considerada a capital da região demarcada na qual é produzido o conhecido Vinho do Porto.

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A Régua deve o seu desenvolvimento ao Marques de Pombal que em 1756 criou a Companhia Geral das Vinhas do Alto Douro e que mandou delimitar com marcos de granito (marcos de Feitoria) as áreas de produção dos melhores vinhos. Foi assim criada a primeira região demarcada do mundo.

Produtores do Concelho já apresentados

Desde então, e pela sua localização central, a Régua passou a ser o centro da região, um entreposto comercial de onde partiam e chegavam os barcos rabelo que transportavam o vinho até Vila Nova de Gaia onde envelhecia nas caves.

A paisagem envolvente da Régua é de uma enorme beleza. O Alto Douro está classificado pela UNESCO como Património da Humanidade. O rio Douro, as vinhas nas suas margens íngremes, a vista a partir dos miradouros da região, são lindas paisagens que deliciam quem visita esta região.

A história e o vinho legaram a Peso da Régua a sua condição natural de Capital da Região Demarcada do Douro.
Somos herdeiros de um chão abençoado, com séculos de história de tradição e autenticidade, onde está guardada a vida de inúmeras gerações.

Os pergaminhos deste povo são os dos cultivadores, que há séculos desbravaram e fecundaram as terras, que ainda hoje cultivam, honrando a memória dos primeiros povoadores.

A toponímia desta região ficou marcada pela importância vitícola que o mundialmente afamado Vinho do Porto lhe concedeu.

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Pelos fatores anteriores são incontáveis os hectares de vinha plantada bem como o produtor. A maioria com potencialidade quer para produção de vinhos de enorme qualidade, bem como para o enoturismo e a arte de bem receber.

Resenha histórica

A origem da fundação da Régua remonta à época romana. Aqui, os romanos terão instalado na um presidium, tornando, em virtude disso, o território comunicável com outras terras.

Contudo, alguns escritores supõem que a fundação de Peso da Régua data do reinado de D. Sancho I, entre 1202 e 1207, altura em que terá começada a povoação de alguns lugares do concelho limítrofe de Santa Marta de Penaguião .
Em 1093, o conde D. Henrique e sua mulher D. Teresa escolheram para bispo do Porto, D. Hugo, a quem fizeram por doação, os dízimos das terras da Régua. Em 1135, os bispos do Porto fizeram deste território couto para a jurisdição civil, a qual foi confirmada por D. Pedro I ao bispo D. Afonso Peres Pinto. Em 1492 foi criado a arcediago da Régua, com metade dos dízimos.

Em 26 de Dezembro de 1513, el-rei D. Manuel atribuiu foral à Peso da Régua. Contudo, este não terá sido o primeiro foral atribuído às terras reguenses. Alguns historiadores consideram a possibilidade de o primeiro ter sido atribuído por D. Afonso Henriques, enquanto outros apresentam a possibilidade de D. Hugo ter integrado o território correspondente à Régua num foral concedido a Santa Marta de Penaguião.

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As primeiras referências à Régua como vila datam de 1687, transcritas de um atribuído por D. Pedro II, para a realização de uma feira: “El-rei Faço saber que havendo respeito ao que por sua petição me representarão os Moradores da villa do Peso da Régua, e os do Concelho de Penaguião para effeito de lhes conceder licença para na dita Villa do Peso….”

A etimologia do nome de Peso da Régua não é consensual. Segundo alguns historiadores, Régua deriva de reguengo – designação de terras enquanto património dos reis. Pelo que se depreende de alguns forais, as terras de S. Faustino da Régua foram, ou fizeram parte, de um reguengo, habitadas por reguengueiros ou colonos. Outros historiadores consideram a possibilidade de o nome derivar de récua, em virtude das récuas ou ajuntamentos de cavalgaduras que os almocreves reuniam no cais, em virtude da passagem do rio Douro demorar muito tempo.

Sob o ponto de vista fonético, a primeira hipótese será pouco provável. A segunda, apesar de aceitável, poderá não ser exata no que concerne à explicação encontrada na documentação disponível para análise.
Considerando estas hipóteses inconclusivas, a investigação histórica aponta uma terceira explicação: Régua poderá derivar de regra – termo que significava manter direito, disposição de lei. Direito esse herdado de ascendentes ou conferido a descendentes por foral.

Em conformidade com este pressuposto está a doação feita pelo conde D. Henrique a D. Hugo. Da mesma forma, poder-se-á ainda considerar a doação feita por D. Afonso Henriques ao aio D. Egas Moniz no foral de Godim, cuja área contemplada integrava Peso da Régua. O primeiro fato refere-se à confirmação de um direito por sucessão (D. Hugo) e o segundo a um direito dado a alguém que o soube merecer (D. Egas Moniz).

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A descrição feita nos Anais da Vila e Concelho do Peso da Régua relativa ao concelho de Godim levam a concluir que a Régua se localizava entre Godim e a Firvida, o que permite deduzir que a Régua se regia por si, sendo, por isso, possível uma administração com regras próprias. Mais um contributo para a validação da terceira hipótese de explicação da etimologia do termo.

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Fonologicamente, a derivação do termo regra aproxima-se mais da designação atual de Régua, do que os termos reguengo ou récua.
Contudo, não existe documento que assegure qual das três hipóteses consideradas é a verdadeira.
O nome Peso deriva do lugar onde era efetuado o peso dos géneros e se cobravam os direitos impostos a várias mercadorias. A esta parte da cidade se referiu D. Sancho I no foral passado a Godim. O documento data de 1210 da era de Cristo.

Peso da Régua foi elevada a concelho em 1836.
A história do território e das suas gentes fica marcada pela instituição na vila da Companhia Geral das Vinhas do Alto Douro, pelo Marquês de Pombal em 1756.
Tendo mandado delimitar as vinhas do Vale do Douro com marcos de granito – Marcos de Feitoria – determinando assim as áreas de produção dos melhores vinhos, Portugal criou no Douro a primeira região demarcada e regulamentada do mundo. A partir daí, em virtude da sua localização geográfica, Peso da Régua tornou-se no centro nevrálgico da Região.

Em 1837, foi anexada à vila de Peso da Régua o concelho de Godim, com as freguesias de Godim, Loureiro, Fontelas, Moura Morta e Sedielos. A 31 de Dezembro de 1859 foram-lhe adicionadas, pela extinção do concelho de Canelas, as freguesias de Poiares, Covelinhas, Vilarinho de Freires e Galafura.

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A 11 de Dezembro de 1933 foi criada a freguesia de Vinhós, desanexada da freguesia de Sedielos. Com esta desanexação, o concelho de Peso da Régua totalizou onze freguesias. Com a integração de Canelas, em 1976, o concelho completou o número atual de freguesias – doze. São elas: Canelas, Covelinhas, Fontelas, Galafura, Godim, Loureiro, Moura Morta, Peso da Régua, Poiares, Sedielos, Vilarinho de Freires e Vinhós.

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Peso da Régua foi elevada à categoria de cidade a 14 de Agosto de 1985. Em 1988 foi reconhecida pelo Office Internacional de la Vigne et du Vin como Cidade Internacional da Vinha e do Vinho.