Rob McMillan, vice-presidente executivo da divisão de vinhos do Silicon Valley Bank, é reconhecido por suas análises aprofundadas sobre o estado da indústria vinícola. Em seu relatório mais recente (Fevereiro 2025), McMillan observa que a indústria do vinho nos Estados Unidos está passando por uma “redefinição”, um fenómeno que vem se desenrolando desde 2014 e que foi acelerado pela pandemia de Covid-19. Ele enfatiza que essa mudança não representa uma crise, mas sim uma correção natural do mercado.

Um dos principais desafios identificados é a dependência da geração dos Baby Boomers como principal base de consumidores. À medida que essa geração envelhece e reduz o consumo, as gerações mais jovens, como os Millennials e a Geração Z, não estão preenchendo essa lacuna de forma natural. McMillan alerta que é uma falácia esperar que esses grupos adotem os hábitos de consumo de vinho dos Boomers sem intervenções direcionadas.

Para atrair consumidores mais jovens, McMillan sugere que as vinícolas tornem o vinho mais acessível, eliminando barreiras que o fazem parecer complicado ou caro. Isso inclui simplificar rótulos, mensagens claras nas embalagens e estratégias de marketing educacional. Além disso, posicionar o vinho em contextos não tradicionais, como eventos ao ar livre e encontros informais, pode aumentar sua atratividade para esse público.

Implicações para os Produtores Portugueses e Europeus

Embora as observações de McMillan sejam focadas no mercado norte-americano, as tendências destacadas podem ter repercussões significativas para os produtores de vinho em Portugal e na Europa. A mudança nos padrões de consumo e a necessidade de atrair gerações mais jovens são desafios globais.

Os produtores portugueses, conhecidos pela qualidade e tradição de seus vinhos, podem considerar estratégias para tornar seus produtos mais acessíveis e atraentes para os consumidores mais jovens. Isso pode incluir a modernização do design dos rótulos, a utilização de plataformas digitais para engajamento e a promoção de experiências de consumo em ambientes casuais, isto não significa que tenhamos que assistir a um descaracterização dos Vinhos ou do perfil do Vinho Português.

Além disso, a crescente concorrência de vinhos de países do Novo Mundo, como Austrália e Chile, que têm ganhado participação no mercado global, destaca a importância de inovação e adaptação por parte dos produtores europeus. Estudos indicam que esses países têm se destacado pela capacidade de explorar novos mercados e atrair novos consumidores, muitas vezes menos apegados a tradições e mais abertos a experimentar novos produtos.

Em suma, as análises de McMillan servem como um alerta para a indústria vinícola global. Para garantir um futuro sólido, é essencial reconhecer os desafios atuais e adotar medidas proativas que alinhem as tradições vinícolas às expectativas das novas gerações de consumidores, ele só não faz qualquer referência ao impacto de tarifas nos Estados Unidos da América, mas isso só daqui algum tempo se vai reflectir, por um lado com prejuízo sério do lado dos produtores na Europa por exemplo e claro por parte dos consumidores que deixaram de contar com Vinhos do velho mundo nas prateleiras durante algum tempo.

“Uma tempestada não dura sempre” e podem sempre aproveitar e visitar Portugal, juntando o útil ao agradável.

Rob McMillan partilhou alerta no Mercado de Vinhos no EUA

Rob McMillan partilhou alerta no Mercado de Vinhos no EUA