The lady and Red - Uma visão feminina sobre o Vinho.

O vinho em pleno confinamento By “The Lady and Red”

Decidi guardar as rolhas das garrafas que venho abrindo desde que estou em isolamento social profilático, acho que depois as vou transformar numa espécie de troféu pós-guerra, pelo menos é esse o plano.

Já são algumas.

Continuam a ser menos que os dias.

Mantenho-me tão longe quanto possível da cirrose.

Mas confesso que apesar de as mulheres terem um metabolismo que processa o álcool de forma diferente dos homens por isso ficarem alcoolizadas mais depressa — o que em algumas circunstâncias são salvação, transformando tipos profundamente aborrecidos, em criaturas suportáveis — tenho vindo a aumentar a minha resistência.

A maioria das histórias minimamente interessantes de ser contadas nascem de uma tragédia.

A vida introduziu-me o vinho após uma perda, melhor, a vida.

Introduziu-me ao consumo do vinho nessa altura.

Venho de uma família que sempre foi apaixonada pelo vinho, o meu avô, além de apreciador, viajava todos os anos para a vinha de um amigo, onde podíamos pisar usas e trazer o vinho do ano anterior e todas essas garrafas serviam de argumento para os encontros semanais de amigos na adega do meu avô.

Para mim, beber vinho é uma forma de conectar-me com as minhas origens, de recordar de quem sou, de perpetuar a tradição.

Por vezes, digo à minha avó, que onde quer que ele esteja, estará orgulhoso de mim. Rimos as duas.

Porque seja quem for, onde for, quando for, todo o vinho tem uma história. Cada garrafa uma memória.

Esta é a minha. O vinho da união. O vinho da partilha. O vinho com os amigos. O vinho das viagens. O vinho que é vida. 

Como dizia Fernando Pessoa, a vida é boa, mas o vinho é melhor!!

Cheers by The Lady and Red

@CNF

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