Esta semana falamos das tendências pessoais na hora de escolher o vinho.

 

Existirá porventura uma ideia preconcebida no momento da compra? No instante da encomenda? Isto é, será que a nossa ideia é moldada pela publicidade? Sem dúvida que sim. E pelos comentários dos amigos? Com certeza que também. E pelas opiniões que nos oferecem, pelas aplicações nos telemóveis e pelos conselhos do nosso “mestre” de garrafeira?

 

Afinal o que nos leva a escolher um vinho?

 

O rótulo? A rolha? O nome? A marca? O produtor? A região? Aquilo que vamos comer? O tempo? A época?

Enfim a pergunta é pertinente e vou tentar explicar como se fosse possível explicar o inexplicável.

 

Dizem os entendidos que para cada prato há um vinho aconselhado e que para cada vinho há um sem fim de condicionalismo, isto é, devemos sempre olhar à qualidade, ao método, à região e ao amor que o ajudou a produzir. Parece confuso mas não é. Na hora de escolher a questão é sempre a mesma: desafio ou zona de conforto?

Num almoço comum o que beber? A escolha segura? Ou arriscar e experimentar novos sabores? Vinhos frutados e frescos ou encorpados? Jovens ou envelhecidos? Com notas de madeira ou simplesmente vinhos feitos à maneira antiga?

Na hora da verdade o desafio maior está em acertar, em não defraudar o paladar no preciso instante que levamos o copo à boca. E o que espera o nosso palato nessa exato momento? Festa. Uma explosão de sabores misturados com gritos de vitória ao nível da conquista do Europeu de Seleções. Sim. Sempre que descobrimos um vinho procuramos reviver a final contra a França. Ou então aguardamos serenamente que o néctar nos traga a calma das águas dos rios nacionais em tardes de verão.

Nesta minha tentativa do impossível, o que nos conduz à escolha de um vinho, devo ainda juntar outro argumento de peso: a emoção. A emoção que procuramos sentir ao repetirmos um vinho que “correu bem”. Por vezes dá certo mas normalmente nunca é a mesma coisa. As sensações não se repetem e as colheitas também não.

Depois também podemos escolher pela já falada sugestão ou por impulso. O impulso normalmente empurra-nos para fora de pé, para águas perigosas que nos levam tantas vezes ao fundo.

Em resumo há vinhos que nos garantem as sensações seguras e vinhos que lançam fogo às nossas certezas, que colocam à prova a nossa capacidade de encaixe. Por vezes vencemos, às vezes perdemos mas em todas as vezes descobrimos algo de novo. Quer seja no vinho, quer seja em nós.

 

#tristaodeandrade

#vaicomvinho