Ode ao Vinho – é um poema apaixonado e vívido escrito por Pablo Neruda, o renomado poeta chileno e vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1971. Neste poema, Neruda celebra a essência e a magia do vinho, evocando imagens sensoriais e emocionais que nos transportam para os vinhedos e adegas de Portugal.

Ocorreu em 8/5/2009 a ideia a Jorge Cipriano publicar no blog que antecedeu este portal, este poema que tem muito interesse no universo do Vinho.

Vamos explorar alguns trechos dessa bela “Ode ao Vinho”:

Vinho cor do dia, vinho cor da noite,
vinho com pés púrpura, o sangue de topázio,
vinho, estrelado filho da terra,
vino, liso como uma espada de ouro,
suave como um desordenado veludo,
vinho encaracolado e suspenso, amoroso, marinho,
nunca coubeste num copo, num canto, num homem,
coral, gregário és, e quando menos mútuo.

Neruda personifica o vinho, atribuindo-lhe características humanas e divinas. O vinho é tanto uma bebida quanto uma experiência transcendental. Ele flui como uma fonte de primavera, derrubando muros e abismos, nascendo em canções e celebrações. É uma celebração da terra, do amor e da vida.

Para o seu artigo, considere explorar a rica história dos vinhos portugueses, desde os vinhedos do Douro até as vinhas do Alentejo. Discuta as variedades autóctones, como o Touriga Nacional, o Alvarinho e o Baga, e destaque as regiões vinícolas mais emblemáticas, como o Porto, o Dão e o Vinho Verde.

Lembre-se de brindar ao vinho com cada palavra escrita, assim como Neruda brindou em sua poesia. 🍷✨

O Poema – Ode ao Vinho by Pablo Neruda

Vinho cor do dia
vinho cor da noite
vinho com pés púrpura
o sangue de topázio
vinho,
estrelado filho
da terra
vino, liso
como uma espada de ouro,
suave
como um desordenado veludo
vinho encaracolado
e suspenso,
amoroso, marinho
nunca coubeste num copo,
num canto, num homem,
coral, gregário és,
e quando menos mútuo.

O vinho
move a primavera
cresce como uma planta de alegria
caem muros,
penhascos,
se fecham os abismos,
nasce o canto.
Oh tú, jarra de vinho, no deserto
com a saborosa que amo,
disse o velho poeta.
Que o cântaro do vinho
ao peso do amor some seu beijo.

Amo sobre uma mesa,
quando se fala,
à luz de uma garrafa
de inteligente vinho.
Que o bebam,
que recordem em cada
gota de ouro
ou copo de topázio
ou colher de púrpura
que trabalhou no outono
até encher de vinho as vasilhas
e aprenda o homem obscuro,
no ceremonial de seu negócio,
a recordar a terra e seus deveres,
a propagar o cântico do fruto.
Vinho.

Fonte: site da truca  cedido pelo Sr. Luis Gaspar